Rebecca Adzo Kpossi ficou a mais de 12 segundos da qualificação para as meias-finais dos 50m livres, mas pode gabar-se de não ter sido a última. A nadadora do Togo é a mais jovem dos cerca de 10.500 atletas presentes em Londres. Com 13 anos, seis meses e dez dias tem idade para ser filha do sueco Lars Frölander (37 anos), o mais velho da modalidade. Mas não é. O seu pai chama-se Kwami Kpossi e também é o seu treinador.

A benjamim dos Jogos Olímpicos competiu na série 1, juntamente com as outras duas nadadoras que apresentavam os piores tempos de inscrição. Kpossi (37,55s) discutiu até final o triunfo com Moussa Amadou (37,29s), mas perdeu por 26 centésimos de segundo face à “veterana” de 14 anos do Níger.

Bem mais tarde chegou a pesada Masempe Theko (42,35s), do Lesotho, que no final anunciou a retirada da natação competitiva. As três africanas, ovacionadas pelos 17 mil espectadores no Centro Aquático de Londres, foram convidadas a participar no âmbito da “universalidade dos Jogos”, pois nem de perto nem de longe conseguiram os mínimos olímpicos.

No caso de Kpossi, participar é já uma grande vitória. Nada nas piscinas de dois hotéis em Lomé, uma vez que na capital do Togo e no resto do país não há piscinas públicas, não tem blocos de partida ou óculos para treinar e usa fatos-de-banho usados comprados em mercados locais. E, antes dos Jogos, esteve hospitalizada três dias por ter contraído malária.

Ainda assim, não chegou a Londres como uma total desconhecida. No Mundial de 2011, atraiu atenção, num desempenho “moussambaniano” (nos Jogos de Sidney), ao ficar em último nos 50m mariposa, a 17s do segundo pior tempo.

Nesta sexta-feira, não esteve ansiosa. “Fui ao Mundial no ano passado, portanto não foi a minha primeira vez numa piscina grande”. A experiência fez-lhe bem: apesar de ser a 73.ª entre 74 participantes e de ficar a mais de 13s da mais rápida, pode orgulhar-se de ter baixado o seu recorde pessoal em 7,05s.