Barclays multado em mais de 360 milhões de euros por manipulação de mercado

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O presidente executivo do Barclays e gestores de topo do banco abdicaram dos bónus relativos a 2012 Foto: Andrew Winning/Reuters

O Barclays tornou-se na primeira grande entidade financeira a ser sancionada na sequência de um conjunto recente de inquéritos abertos para investigar alegadas tentativas de manipulação das taxas de juro interbancárias. O banco britânico terá de pagar uma multa de 290 milhões de libras (362 milhões de euros).

As autoridades financeiras do Reino Unido e dos Estados Unidos deram como provado que o banco tentou manipular a Libor e a Euribor – taxas de referência que indicam os juros aos quais os bancos se propõem emprestar uns aos outros.

O banco chegou a acordo amigável com três entidades envolvidas nas investigações, a autoridade de serviços financeiros britânica (FSA), a comissão de negociação de futuros norte-americana e ainda o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, aceitando pagar coimas que totalizam os 362 milhões de euros.

A comissão de negociação de futuros norte-americana sustenta que o Barclays cometeu estas infracções “de forma regular”.

O regulador britânico aplicou ao Barclays uma multa equivalente a cerca de 74 milhões de euros. Com a comissão de negociação de futuros dos EUA, o banco acordou o pagamento de uma coima que equivale a 160 milhões de euros e com o Departamento de Justiça 128 milhões de euros.

“O Barclays cooperou totalmente com a investigação da FSA e aceitou chegar a acordo num período inicial. A instituição qualificou-se assim para um desconto de 30% na multa”, anunciou ainda o supervisor do sector financeiro britânico.

Os reguladores continuam a investigar outros bancos que terão alegadamente manipulado as taxas, ao reportando valores mais baixos do que aqueles que estavam a pagar durante a crise financeira.

Na sequência da aplicação desta coima, o presidente executivo do Barclays, Bob Diamond, e três gestores de topo do banco (Chris Lucas, Jerry del Missier e Rich Ricci) abdicaram dos bónus relativos a 2012.

Entre os bancos que estão a ser investigados contam-se algumas grandes instituições financeiras mundiais: o francês Société Générale, os bancos suíços UBS e Credit Suisse, o alemão Deutsche Bank, os britânicos RBS e Lloyds Banking Group, o sino-britânico HSBC ou os americanos Citigroup, JP Morgan Chase e Bank of America.

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