G20 defende menos austeridade na Europa

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Cimeira do G20 termina nesta terça-feira no México Foto: Edgard Garrido/Reuters

O G20, grupo que reúne as 19 economias mais poderosas e emergentes e a União Europeia aproveitou o primeiro dia da cimeira que está a decorrer no México para lançar um apelo à Europa: é preciso rever a política orçamental à luz da crise que tem vindo a deteriorar a conjuntura económica.

Empenhados na defesa da moeda única europeia contra o que apelidam como ataque dos mercados, os países da zona euro pretendem “romper a ligação entre risco soberano e risco bancário”, de acordo com o projecto do comunicado final da cimeira que termina nesta terça-feira em Los Cabos, no México.

Mas para a administração americana – e os países emergentes, que vão reforçar as suas contribuições no contexto do Fundo Monetário Internacional, desde que o FMI precise de mais verba e se reforme de modo a aumentar o poder de voto destes países de economias emergentes – é importante que a eurolândia reveja a política orçamental e faça um esforço maior nas políticas de crescimento económico e de criação de emprego , como defendem diferentes líderes europeus preocupados com as consequências da forte austeridade.

“Vemos uma mudança no discurso europeu quanto à importância crítica do apoio à procura e ao crescimento do emprego”, salientou a subsecretária de Estado do tesouro dos Estados Unidos, Lael Brainard, em declarações citadas pela Lusa. “Há um reconhecimento da necessidade de avaliar os planos da consolidação orçamental, de reconhecer a deterioração da conjuntura económica”, sublinhou a mesma responsável.

A ideia de avançar com uma união bancária na Europa está no projecto do comunicado final. O rascunho final deverá indicar que “esta união bancária está a ser assumida por todos os membros da zona euro”.

“Num contexto de tensões renovadas sobre os mercados, os países da zona euro membros do G20 vão tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar a integridade e a estabilidade da zona [euro], melhorar o funcionamento dos mercados financeiros e romper a ligação entre risco soberano e risco bancário”, lê-se no documento a que a agência de notícias France Presse teve acesso na segunda-feira.

O projecto de resolução sublinha, no entanto, a necessidade de prosseguir a reforma da regulação financeira: “Bancos sãos, capazes de conceder crédito, são essenciais para a recuperação mundial.”

Os países do G20 reafirmam ainda a sua determinação de lutar contra o proteccionismo “sob todas as formas” e comprometem-se a favorecer a criação de emprego, através de uma acção coordenada, a que chamam “Plano de acção de Los Cabos para o crescimento e o emprego”.

“No caso de a situação económica se deteriorar ainda mais, os países que dispõem de margem de manobra orçamental suficiente estão preparados para coordenar e adotar medidas orçamentais apropriadas para apoiar a procura interna”, acrescenta o documento.

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