O mundo psicadelicamente avariado de Connan Mockasin no Milhões de Festa

Foto
Connan Mockasin actua no dia 21 de Julho em Barcelos DR

Neozelandês actua no festival barcelense no dia 21 de Julho. Prinzhorn Dance School, Shangaan Electro e Baroness são outros nomes do cartaz.

Connan Mockasin, o nome de palco do neozelandês Connan Hosford, é um dos nomes fortes do festival Milhões de Festa, que volta a Barcelos de 20 a 22 de Julho, para gáudio de parte da mocidade melómana do país. O cartaz do festival está quase fechado.

A música de Connan Mockasin tem a estranheza da pop psicadélica da Elephant 6. É um discreto músico, mas com potencial explosivo: Fatboy Slim gosta dele, Erol Alkan também e andou em digressão com Charlotte Gainsbourg, com quem já partilhou canções. As suas canções parecem uma esponja insaciável, onde cabe a pop mais ácida, desvarios “rockeiros”, onanismos “jazzísticos” e uma voz única e insubmissa. O adjectivo “psicadélico” banalizou-se, mas é justo empregá-lo quando falamos de Connan.

Mockasin actua no dia 21 de Julho no Palco Milhões, que, na noite anterior, recebe Baroness, nome forte do cenário metal contemporâneo. Os filhos da terra La La Ressonance e Alto! (estes últimos com concerto junto à famosa piscina do festival, cuja animação durante as tardes é a imagem de marca do Milhões de Festa), os sonhadores Sensible Soccers, o “rockuduro” dos Throes + The Shine (incendiário ao vivo), o hip-hop com samples da música psicadélica tunisina dos anos 1960 e 70 de Grup Ses Beat, entre outros nomes, completam o cartaz de 20 de Julho.

No dia 21, para além de Mockasin, o palco principal recebe a música deliciosamente anacrónica dos Blues Pills (dizem que têm como influências “The Original Fleetwood Mac”), formada por exilados dos Radio Moscow, e o metal em câmara lenta dos Weedeater. No palco Vice, há razões de sobra para dançar: Prinzhorn Dance School, rockers minimalistas da família DFA; os lisboetas Gala Drop, ainda com o EP “Broda”, com Ben Chasny, fresco; e Publicist, projecto de Sebastian Thomson, dos Trans Am e dos Weird War, que à sua bateria junta vozes filtradas por “vocoder” e linhas de baixo maravilhosamente pirosas numa glorificação contínua da pista de dança.

No último dia do festival, repete-se a salada russa de géneros, com o destaque repartido entre o rock “stoner” dos Red Fang e a demonstração da vitalidade da música de dança sul-africana, a mais de 180 batidas por minuto, dada pelo projecto Shangaan Electro.

No dia 22, valerá também a pena espreitar os Alt-J, que o “Guardian” compara a Foals e Fairport Convention (tradução: são inclassificáves), e os ruidosos L’Enfance Rouge, banda de culto do avant-rock europeu - Thurston Moore, dos Sonic Youth, gosta deles e isso é suficiente.

Sugerir correcção
Comentar