Há oito anos, Nuno Castela era dono de um restaurante e estava longe de imaginar que ia trocar a lista de compras e a gestão de refeições pelas cotações do petróleo, à frente de postos de combustível ‘low-cost’.

A entrada no negócio aconteceu como “revendedor de uma marca de referência na cidade de Lisboa”, explicou à Lusa Nuno Castela, que rapidamente se apercebeu que “as margens eram baixas” e deu o salto com a criação da Rede Energia, empresa que conta actualmente com sete postos de abastecimento. “Tivemos que fazer pesquisas de mercado intensivas à procura dos negócios e foram aparecendo”, conta o gestor, que se aventurou neste negócio com o irmão, Fernando Castela.

Os irmãos Castela viram no "low cost" uma oportunidade de negócio, que foram replicando, primeiro fora de Lisboa até à abertura daquele que dizem ser “o primeiro posto low cost em Lisboa (no Campo Grande) em Dezembro do ano passado”. Desde então, já abriram mais três postos em Lisboa, nos Olivais, na Estrada da Luz e na Parede, completando um total de sete postos de abastecimento, em Lisboa, Cartaxo, Crato e Barreiro.

“Os planos são para continuar a crescer. Até ao final do ano, o nosso objectivo é conseguir mais duas posições na Grande Lisboa e duas fora da Grande Lisboa”, afirmou. Os descontos médios de oito cêntimos em litro em relação ao preço de referência do mercado originam longas filas nos postos de abastecimento da empresa, que, em 2011, atingiu uma facturação de 10 milhões de euros, valor que este ano “deverá ser alcançado já no terceiro trimestre”.

“Este posto está a vender praticamente num mês o que vendia num ano”, disse, referindo-se ao posto do Campo Grande, em pleno centro de Lisboa, onde uma dezena de carros aguarda para abastecer. De acordo com Nuno Castela, “há uma fila quase permanente, desde as 07h00 até à 01h00”.

“As marcas de referência trabalham com uma margem que é o dobro da nossa. O que fazemos é partir a margem mais ou menos ao meio e oferecer metade como desconto ao nosso cliente”, explicou, realçando que o sucesso levou os dois irmãos a deixarem o negócio da restauração e a dedicarem-se a 100 por cento aos combustíveis.

Segundo o empresário, a Rede Energia distingue-se dos tradicionais postos "low cost", associados a cadeias de distribuição, por “investir em serviço [só à noite os postos funcionam em regime de ‘self-service’, o que leva a empregar 25 pessoas], e por vender gasóleo 100 por cento aditivado”.