Crónica de jogo: Sporting mantém onda positiva e venceu o Nacional na Madeira
Para o ataque, a aposta do técnico “leonino” foi Diego Rubio, que entrou bem e saiu mal. O avançado chileno, de 19 anos, encarregou-se de abrir a defesa dos madeirenses logo nos primeiros minutos, aproveitando um ressalto de um livre de André Martins.
Os centrais do Nacional, Danielson e Neto, nem se podiam queixar de excesso de trabalho. Tiveram pela frente, fundamentalmente, um Sporting a pressionar muito alto e com extrema eficácia.
No segundo lance de perigo dos “leões” chegou novo golo, um grande golo de Renato Neto, aos 31’, com um remate indefensável de fora da área — o brasileiro recebeu a bola de André Martins e com ela no ar encheu o pé.
Poderia pensar-se que os madeirenses estavam derrotados, mas o jogo resultou espectacular. Surpreendeu a capacidade de reacção do Nacional e a sua falta de eficácia. Também surpreendeu a incapacidade de Sá Pinto de dar maior atenção ao flanco direito, onde Candeias parecia ser demasiado para Evaldo. O brasileiro também pode apontar o dedo a Carrillo que nunca mostrou grande disponibilidade para ajudar nas tarefas defensivas. Cada subida do extremo da formação madeirense era um drama para a defesa de Alvalade. Valeu muitas vezes o regressado Onyewu a aparecer como pronto-socorro. Aconteceu em duas ou três ocasiões, mas a equipa de Pedro Caixinha relançou o jogo, aos 34’, com um golo de Mateus. O avançado limitou-se a aproveitar um cruzamento de Candeias e a passividade defensiva para fuzilar Marcelo. Um golo inteiramente merecido de uma equipa que pecou, sobretudo, por não ter mais presença na área, acompanhando Rondon. O venezuelano estava só entre Onyewu e Xandão. Faltava Keita, até porque Diego Barcelos esteve sempre mal.
Sá Pinto surpreendeu ao intervalo ao trocar Renato Neto por Schaars. O holandês tem outra capacidade de gerir o jogo, tanto em termos ofensivos, como defensivos. Mas Sá Pinto não contava com um disparate enorme de Rubio que resolveu meter de forma ingénua a mão a uma bola onde não chegou com a cabeça e, por isso, viu o segundo amarelo. Sá Pinto tirou André Martins e colocou em campo Wolfswinkel. Ao contrário daquilo que se poderia pensar, o técnico do Sporting não procurou defender e a terminar tirou o lateral Arias fazendo entrar Jeffren, ficando com dois extremos muito perigosos: o espanhol e Carrillo, alas capazes de disfarçarem a inferioridade.
O Nacional apostou, finalmente, em Keita que, em dois minutos, aos 75’, empatou o jogo. Mas um minuto depois Wolfswinkel arrancou, entrou na área e sofreu grande penalidade, que converteu.
A parte final do jogo foi de um espectacular Marcelo Boeck. O guarda-redes provou que é uma alternativa credível a Rui Patrício.
A FIGURAMarcelo BoeckChegou ao Marítimo na temporada 2007-08, por 400 mil euros. A sua vida no Marítimo não foi fácil. Jogou na equipa B e quando se lhe abriram as portas da formação principal debateu-se com um concorrente de respeito: Peçanha. Só um castigo de quatro jogos imposto ao seu colega, em 2010-11, é que conquistou a titularidade. As suas exibições convenceram o técnico Van der Gaag e mais tarde Pedro Martins. Foi um dos pilares da equipa e o Sporting adquiriu o seu passe por cerca de 500 mil euros. Em Alvalade vive à sombra de Rui Patrício mas neste domingo mostrou que, a qualquer momento, pode ser a primeira opção.
POSITIVOCandeias
Candeias foi sempre o homem mais esclarecido do Nacional. Colocou muitas vezes Evaldo em sobressalto e construiu as jogadas mais perigosas da sua equipa. A jogada do primeiro golo dos madeirenses saiu dos seus pés. Rápido, com técnica, foi um dos grandes responsáveis por se manter sempre uma incógnita sobre o resultado final.
NEGATIVOCarrillo
O extremo do Sporting foi uma unidade com pouco rendimento. Não criou desequilibrios pelo seu flanco e nunca ajudou Evaldo em termos defensivos.
Diego Rubio
O avaçado entrou bem no jogo. Marcou o primeiro golo da equipa e mostrou bons pormenores. Mas deitou tudo a perder quando resolveu meter a mão a uma bola a que não conseguia chegar com a cabeça. Viu o segundo amarelo e foi expulso.
Ficha de Jogo
Nacional, 2
Sporting, 3
Jogo no Estádio da Madeira, no Funchal
Espectadores Cerca de 3.000
Marcelo a76’, João Aurélio a45’ (Skolnik, 61’), Neto, Danielson, Marçal, Moreno (Keita, 72’), Claudemir, Candeias a83’, Diego Barcellos, Mateus e Rondon a70’ (Márcio Madeira, 88’). Treinador Pedro Caixinha.
SportingMarcelo Boeck a90’+3’, Arias (Jeffren, 65’), Xandão, Onyewu, Evaldo, Carriço, Renato Neto (Schaars, 46’), Pereirinha, André Martins (Wolfswinkel, 61’), Carrillo e Rúbio a36’ e 59’ a59’. Treinador Sá Pinto.
ÁrbitroCarlos Xistra, de Castelo Branco.
AmarelosRúbio (36’ e 59’), João Aurélio (45’), Rondon (70’), Marcelo (76’), Candeias (83’), Marcelo Boeck (90’+3’)
VermelhosRúbio (59’).
Golos0-1, por Rúbio, aos 11’; 0-2, por Renato Neto, aos 31’; 1-2, por Mateus, aos 33'; 2-2, por Keita, aos 74'; 2-3, por Wolfswinkel, aos 77’ (g.p.)
Notícia actualizada às 22h04