Crónica de Jogo: Hulk decidiu no dia em que o Dragão festejou 30 anos de Pinto da Costa

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O FC Porto revalidou o título nacional de futebol Foto: Miguel Riopa/AFP

No Estádio do Dragão os gritos de incentivo que mais se ouviram foram dedicados a Pinto da Costa. Os adeptos não esqueceram o presidente que, recentemente, completou 30 anos à frente do clube. O mítico dirigente passou mesmo a dar nome a uma das bancadas do Dragão, uma homenagem da principal claque do clube que assim resolveu baptizar o local que habitualmente ocupa no estádio no palco portista. Sem esquecer os foguetes. Ao minuto 30 de jogo. Um minuto depois da festa, de penálti, Hulk abriu o caminho para a vitória (3-0).

A equipa portista somou mais três pontos que permitem aos “dragões” caminharem tranquilamente para o título. Agora, estão apenas a quatro pontos.

Vítor Pereira viu-se privado do lateral Álvaro Pereira e colocou no seu lugar Alex Sandro, que acabou por realizar uma boa exibição. No meio-campo manteve Defour, provavelmente um prémio pela boa exibição que realizou em Braga, mas também porque Fernando (ficou no banco), apesar de se encontrar já recuperado da lesão. Mas, de resto, foi um FC Porto igual ao habitual. Assente num 4x3x3, com Hulk a marcar a diferença. Logo no primeiro minuto teve uma das suas arrancadas em velocidade e ofereceu a bola a Janko, mas o lance só serviu para provar que neste FC Porto não existe um ponta-de-lança de acordo com o valor da equipa e o remate saiu fraco para as mãos de Rui Rego. O guarda-redes voltou a dar nas vistas ao defender um remate forte de Hulk de fora da área.

O FC Porto teve mais bola, mais remates, jogando quase sempre no meio-campo adversário. Mas estava sempre a bater num muro de jogadores. E a passar por demasiados calafrios. Muito por culpa de uma defesa que, inexplicavelmente, deu sinais de intranquilidade, principalmente por parte de Otamendi (o argentino quase ofereceu o golo a Camará). Helton tremeu quando, aos 13’, Nildo deu de calcanhar para Camará que estoirou para uma grande defesa do guarda-redes brasileiro para canto.

A defesa portista voltou a dar sinais de intranquilidade e permitiu um cabeceamento perigoso de Nildo. Um banho quase gelado, oferecido por um adversário que jogou praticamente num 4x5x1, mas com Serginho e Balboa a saírem muito rápidos pelos flancos.

O minuto 30 marcou toda a diferença. Na bancada, os Superdragões homenagearam o presidente. No minuto seguinte, Sapunaru entrou na área e foi agarrado por Ricardo Dias. O árbitro assinalou penálti e Hulk brindou Pinto da Costa com um golo frente a uma equipa do Beira-Mar que estava a defender bem e a sair de forma precisa para o contra-ataque.

Teve que ser Hulk a resolver, porque a aposta de Vítor Pereira em Janko, por troca com o brasileiro Kléber, mostrou que a equipa portista continua orfã de ponta-de-lança. O austríaco realizou uma exibição muito distante daquilo que uma equipa como o FC Porto necessita, à semelhança daquilo que o seu colega brasileiro tinha realizado em Braga. Janko distinguiu-se pelos disparates. Inclusive um falhanço imperdoável, aos 37’, a menos de meio metro da linha de golo. Só não desperdiçou, aos 50’, quando Hulk foi à linha de fundo e cruzou para um golo impossível de falhar.

O brasileiro acabou, depois, com um remate indefensável dentro da área com toda a resistência dos aveirenses. O que restava do jogo, e era muito, teve só um sentido: a baliza de Rui Rego. Literalmente.

POSITIVOHulk

É um daqueles jogadores que marca a diferença. Quando a equipa andava a bater com a cabeça no sistema defensivo do Beira-Mar foi ele que o furou. Marcou o penálti, ofereceu um golo a Janko e fez o 3-0.


Helton

O guarda-redes brasileiro aparececeu nos momentos da primeira parte em que os seus companheiros da defesa falharam. Só teve duas ou três defesas, mas foi o suficiente para evitar que as coisas se complicassem.


NEGATIVOOtamendi

O central argentino cometeu demasiados erros e podia ter complicado a tarefa da equipa. O corte que falhou deixando Camará isolado, então, é imperdoável.


2.ª parte do Beira-Mar

A equipa de Aveiro conseguiu defender e contra-atacar no primeiro tempo, mas na segunda metade não existiu.


Ficha de Jogo

FC Porto, 3


Beira-Mar, 0


Jogo no Estádio do Dragão, no Porto
Espectadores 33.412


FC Porto

Helton, Sapunaru a52’ (Danilo, 57’), Maicon, Otamendi, Alex Sandro, Lucho Gonzalez a47’, Defour a41’(Fernando, 53’), João Moutinho a43’, Hulk, Janko (Varela, 66’) e James Rodríguez. Treinador Vítor Pereira.


Beira-Mar

Rui Rego, Nuno Lopes, Bura a35’, Hugo, Joãozinho, Jaime, Nuno Coelho (Ricardo Dias, 12’ a32’), Balboa, Serginho (Artur, 59’), Nildo e Abel Camará a15’ (Sitta, 72’). Treinador Ulisses Morais.


Árbitro

Bruno Esteves, de Setúbal.

Amarelos

Camará (15’), Ricardo Dias (32’), Bura (35’), Defour (41’), João Moutinho (43’), Lucho Gonzalez (47’), Sapunaru (52’)

Golos

1-0, por Hulk, aos 33' (g.p.); 2-0, por Janko, aos 54'; 3-0, por Hulk, aos 54'.

Notícia actualizada às 23h50
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