Vinte clubes da I e II Ligas concentram direitos televisivos para renegociar com Olivedesportos

Vinte Clubes e SAD’s da Liga portuguesa de futebol e da Liga de Honra decidiram nesta segunda-feira, após reunião em Fátima, “concentrar os respectivos direitos televisivos com vista a iniciar imediatamente a renegociação dos seus contratos em vigor, com carácter de urgência”.

Os clubes em causa – Olhanense, Gil Vicente, Rio Ave, Paços Ferreira, Beira-Mar, Vitória Setúbal, Feirense, União Leiria, Naval, Atlético, Penafiel, Arouca, Santa Clara, Oliveirense, União, Belenenses, Freamunde, Sporting Covilhã, Trofense e Portimonense – delegaram no presidente da Liga de clubes, Mário Figueiredo, a chefia de uma comissão composta por quatro clubes da I Liga e quatro da II Liga, para renegociar esses contratos.

“Os pressupostos dos contratos televisivos dos clubes da II Liga foram alterados, mas essa renegociação dependerá da boa vontade do proprietário [Olivedesportos] dos direitos televisivos”, disse hoje à Agência Lusa o presidente da Oliveirense, José Godinho, quando questionado sobre a viabilidade de uma negociação colectiva, quando muitos desses clubes têm contratos em vigor com a Olivedesportos por vários anos.

Para José Godinho, um dos subscritores do comunicado tornado hoje público pelos vinte clubes presentes na reunião, o importante é “criar a comissão com brevidade e pô-la a funcionar sob a coordenação do presidente da Liga” para renegociar com a Olivedesportos “em bloco”, no pressuposto de que os seus “interesses serão melhor defendidos”.

O facto de os clubes grandes e alguns médios não terem estado presentes e subscrito o comunicado foi desvalorizado por José Godinho, que convidou os que não fizeram a “aderirem ao movimento”.

Recorda que há clubes que “recebem 150 mil euros” pelos direitos televisivos de uma época e outros que “podem chegar aos 25 milhões”, o que determina “interesses distintos que é preciso salvaguardar”.

Outra decisão dos 20 clubes em causa foi a criação de um grupo de trabalho – já constituído, mas José Godinho não quis revelar os seus integrantes – para elaborar uma proposta de alteração dos estatutos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), “que permita a participação de presidentes de clubes da I e II Ligas na Comissão Executiva da LPFP”.

“Entendemos que não faz sentido que, sendo nós sócios da Liga e a sua entidade patronal, que estejamos à margem do que ali se discute e se decide”, disse o presidente da Oliveirense, cuja intenção é que os presidentes dos clubes estejam “mais perto do poder decisório” e possam “influenciar as decisões que lhes dizem directamente respeito e torná-las mais ágeis e efectivas”.

Este movimento convergiu também na criação das bases de uma organização dos pequenos e médios clubes/SAD’s de forma a defender os seus interesses, tendo José Godinho feito questão de esclarecer que esta iniciativa “não é contra os grandes clubes”, mas visa “agilizar a aplicação das decisões para a resolução dos problemas comuns” que afectam os clubes do futebol profissional.

Finalmente, os vinte clubes congratularam-se com a convocatória, “embora tardia”, da Assembleia Geral Extraordinária da LPFP, para o dia 12 de Março, com vista à “aprovação do alargamento da Liga principal para a época 2012/13 para 18 clubes”.

Confrontado com a oposição dos clubes grandes a esse alargamento, José Godinho lembrou que os vinte clubes subscritores deste comunicado “são suficientes para o aprovar” e que “em democracia a maioria é quem ordena”.

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