A cimeira de líderes da zona euro prevista para sexta-feira ao almoço foi cancelada devido à "falta de perspectivas" de um acordo sobre o reforço do "poder de fogo" da zona euro resultante, sobretudo, da oposição da Alemanha.

O encontro, que deveria arrancar logo a seguir ao encerramento da cimeira de dois dias dos líderes dos 27 países da União Europeia (UE), destinava-se a analisar a possibilidade de acumulação dos 500 mil milhões de euros do novo mecanismo permanente de estabilidade (MEE) que arrancará em Julho (um ano antes do previsto) com os 250 mil milhões de euros que restam no actual fundo provisório de socorro (FEEF). Esta acumulação permitiria aumentar o poder de fogo da zona euro contra a especulação para 750 mil milhões.

Este reforço foi aliás exigido pelos ministros das Finanças dos países ricos e emergentes do G20 durante o fim de semana no México como condição para aceitarem um reforço dos meios financeiros do FMI em favor da zona euro.

A Alemanha, que há meses resiste à acumulação dos dois fundos, tem dado a entender nos últimos dias que poderá flexibilizar a sua posição, embora não antes do fim do mês, a tempo da próxima reunião do G20 de Abril.

Neste contexto, e dada a "falta de perspectivas" de um acordo desde já não tem sentido manter a cimeira do euro na sexta-feira, afirmou um diplomata europeu. Segundo outra fonte, as questões de interesse específico da zona euro serão tratadas na quinta-feira, o primeiro dia da cimeira dos 27.

A cimeira será precedida de um encontro dos ministros das Finanças do euro para verificar o cumprimento por parte da Grécia das condições avançadas para a concretização de um novo empréstimo de 130 mil milhões de euros (que se segue a uma primeira ajuda de 110 mil milhões acordada em Maio de 2010).