Expulsão injusta deixou o Sporting de Braga quase fora da Europa

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Simão marcou o segundo golo do Besiktas Foto: Miguel Vidal/Reuters

O Besiktas de Carlos Carvalhal foi ao Minho derrotar o Sporting de Braga, por 2-0, ficando muito bem colocado para se qualificar para os oitavos-de-final da Liga Europa.

O rigor disciplinar excessivo do árbitro Kevin Blom contribuiu ontem de forma decisiva para a derrota (0-2) do Sporting de Braga frente ao Besiktas, na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. O juiz holandês expulsou (segundo amarelo) Hélder Barbosa num lance em que o extremo não sofreu, de facto, falta na área turca, mas em que também não pareceu querer enganar o árbitro. O Braga acabou assim por jogar uma hora em inferioridade numérica, sofrendo dois golos que tornam muito complicada a tarefa que irá enfrentar na Turquia.

Quase tão influente como o erro de arbitragem acabou por ser o conhecimento que Carlos Carvalhal tem sobre o Braga. O técnico do Besiktas tentou e conseguiu condicionar os habituais lançamentos de Hugo Viana e, em termos ofensivos, preferiu trocar a altura e agressividade de Hugo Almeida por uma solução com maior mobilidade. Assim, o ponta-de-lança ficou no banco e foi Quaresma a surgir normalmente nos seus terrenos. Do lado do Braga, a única alteração ao que é habitual foi a entrada de Miguel Lopes para o lugar do castigado Elderson.

Marcado pelo vento gelado, o jogo não teve grandes motivos de interesse, excepção feita aos oito portugueses em campo, três do lado dos turcos. Antes da expulsão de Hélder Barbosa, o Braga só construiu duas situações de perigo. A primeira logo no primeiro minuto, num remate de meia distância do referido extremo, e a segunda ao minuto 28, num livre de Hugo Viana que fez a bola passar a dois palmos do alvo. O Besiktas também não fez melhor e só se mostrou em duas acções individuais de Quaresma.

Frente a frente estavam então duas equipas com orçamentos diferentes (o Braga gasta 18 milhões de euros, enquanto o Besiktas investe cem milhões, 14 dos quais reservados para reforços), mas com estratégias similares: ambas investem num jogo cínico, quase sempre à procura da melhor oportunidade para executar uma transição rápida.

O Braga tentou resolver a inferioridade numérica com a derivação de Mossoró para a esquerda, mas o Besiktas não demorou muito a marcar, num canto cobrado por Manuel Fernandes em que a defesa zonal do Braga foi surpreendida pela entrada do central Sivok.

O jogo ficou ainda menos ao jeito do Braga, que não gosta de assumir as despesas. Pior do que isso, tinha de o fazer em desvantagem numérica, quadro que não vai de encontro ao seu ADN. Leonardo Jardim trocou Mossoró por Paulão na segunda parte, mas o efeito foi negativo. Custódio ainda ameaçou empatar de cabeça, mas o Besiktas continuou a ter quase sempre o jogo controlado por um meio campo em que se destacavam Manuel Fernandes e o alemão Ernst. E tudo ficou ainda mais complicado para o Braga quando Manuel Fernandes saiu rápido num contra-ataque e assistiu de forma preciosa Simão, que concluiu de forma certeira.

O Braga continuou a tentar, arriscou mais nas substituições, mas o Besiktas só não voltou a marcar porque Quim travou um remate perigoso de Simão.

Notícia substituída às 7h36:
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