Raquel Freire confirma na ERC versão de que crónicas acabaram por imposição de Luís Marinho

O fim das crónicas foi-lhe comunicado por Ricardo Alexandre, que disse que “Luís Marinho queria o fim do programa” porque “havia um mal-estar em relação à última crónica de Pedro Rosa Mendes”. O ex-director-adjunto contou-lhe então que “não tinha sequer sido consultado, que tinha sido ultrapassado e que iria sair das manhãs da Antena 1 como forma de protesto”.

“Nenhum jornalista da Antena 1 alguma vez tentou condicionar as minhas crónicas. O que senti várias vezes foram reacções exteriores quando denunciava algumas situações de abusos” por parte do poder político, afirmou Raquel Freire à saída da ERC.

Afirmando não entender “como é que um programa acaba desta maneira”, a realizadora questiona os timings da decisão. “Se estava tomada, porque é que não recebi uma comunicação por escrito 15 dias antes do fim do contrato, como estava estabelecido, e recebi um telefonema informal?”

Como não foram cumpridos os pressupostos do contrato, Raquel Freire considera que este “está em vigor”. Por isso vai processar a empresa por quebra de contrato. “É fundamental que a RTP, sendo Estado, respeite a lei.”

Questionada sobre o facto de os responsáveis da RDP terem dito na Comissão de Ética que era sabido que o programa precisava de ajustamentos, Raquel Freire garantiu que “nunca ninguém se manifestou contra o conteúdo das suas crónicas”. “Sempre tive, da parte do Ricardo Alexandre [autor, coordenador e apresentador do programa] total liberdade para fazer a crónica que queria.” Porém, admite que “sentiu algumas vezes ajustamentos” para que falasse sobre “uma ou outra questão mais actual”. O seu tema eram os novos movimentos sociais.

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