Com o orçamento reduzido, o São Carlos cancelou três óperas e adiou alguns espectáculos

A programação para 2012 estava definida mas face aos cortes anunciados para este ano na Cultura, o Teatro Nacional São Carlos (TNSC), em Lisboa, viu-se obrigado a reformular o calendário de espectáculos, cancelando três óperas.

O São Carlos anunciou que as óperas “Turandot”, “Francesca da Rimini” e “Don Pasquale” já não vão acontecer e a apresentação de “Madama Butterfly” foi adiada, ainda sem nova data definida. 

Para este ano, o TNSC sofreu um corte de 20% no orçamento, o que significa que terá apenas 14,3 milhões de euros, quando no ano passado recebeu 18 milhões de euros. Esta reformulação da temporada foi comunicada em primeiro lugar, via carta, aos portadores de assinatura do São Carlos. 

Já em Outubro, o conselho de administração do Opart (Organismo de Produção Artística) tinha anunciado a redução temporária da actividade para 2012 no São Carlos e na Companhia Nacional de Bailado (CNB), as duas entidades que gere, depois de ter ficado a conhecer o valor dos cortes. Na altura, a administração garantiu que só a redução da programação seria uma forma de viabilizar economicamente as duas instituições, garantindo que o seu funcionamento seria assegurado “em condições mínimas de dignidade e profissionalismo”.

Hoje, segundo a Lusa, na carta enviada aos portadores de assinatura, a direcção do São Carlos refere que a reformulação da temporada foi gizada de modo a ocupar os corpos artísticos do S. Carlos e do teatro, não retirando qualidade aos espectáculos a apresentar tal como o público é merecedor.

Assim, o São Carlos decidiu cancelar os espectáculos “Turandot” e “Francesca da Rimini”, da iniciativa “Contar uma ópera”, previstas para Maio, e “Don Pasquale, uma produção do Teatro La Fenice, de Veneza, prevista para Junho.

Além do adiamento de “Madama Butterfly”, uma produção da Ópera Real de Copenhaga prevista para Março e que será apresentada em data ainda a anunciar, a ópera “Cosi fan tutte”, de Mozart, que estreia a 14 de Janeiro, ficou reduzida a cinco das seis récitas iniciais, eliminando-se a de 26 de Janeiro.

As duas récitas de “Amor-traição-morte”, a primeira de quatro pequenas óperas contemporâneas em estreia absoluta no São Carlos, que estreava a 5 de Fevereiro e repetia a 7, foram adiadas para 2 e 3 de Março.

A temporada remodelada do São Carlos inclui ainda uma nova produção de uma pequena ópera “- La Rondine”, de Puccini - que sobe ao palco do São Carlos em Maio, em datas a anunciar, e que constitui uma estreia absoluta naquele palco de Lisboa.