Produção industrial em Portugal caiu 5,8% em Setembro

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Portugal teve a segunda maior queda da UE António Carrapato

Portugal registou uma queda em cadeia na produção industrial de 5,8% em Setembro, depois de em Agosto ter assinalado uma subida de 8,5%. Foi o segundo pior desempenho na União Europeia (UE), sendo precedido pela Estónia (10,9%), segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat.

A média da zona euro registou uma queda de 2% em Setembro, quando comparado com o mês anterior, protagonizando este valor a maior queda desde Fevereiro de 2009. O valor é semelhante ao assinalado pela UE, que viu a sua produção diminuir 1,3% em cadeia. “É evidente que estes valores não fazem prever nada de bom para o futuro”, afirmou à Reuters François Cabau, economista do Barclays Capital.

Também a Estónia (-10,9%), a Itália (-4,8%), a Irlanda (-3,4%) e a Alemanha (-2.9%) registaram em Setembro quedas significativas na produção. Na outra ponta da lista estão a Eslováquia, com um aumento de 3,2%, a Polónia e a Suécia com 1,9% e a Eslovénia, cuja produção aumentou 1,5% de Agosto a Setembro de 2011.

Para François Cabau, se não for encontrada uma solução para a resolução da crise soberana da zona euro, os índices de confiança podem "descer ainda mais”, isto numa altura em que se teme uma recessão a nível europeu.

Em termos de comparações anuais, Portugal registou uma diminuição de 2% na produção industrial de Setembro, quando comparada com o mesmo período de 2010, segundo o Eurostat.

Tanto a zona euro como a UE apresentaram aumentos de 2,2%. A dar força ao ligeiro crescimento estiveram a Letónia, a Lituânia, a Polónia e a Eslováquia, que registaram as maiores subidas na produção industrial, com aumentos de 9,6%, 8,3%, 7,9% e 7,4%, respectivamente.

Já as descidas foram protagonizadas pela Itália (-2,7%), Grécia (-2,3%) e Portugal (-2%), alguns dos países que mais sentem os efeitos da crise do euro, e pela Dinamarca, que também registou um decréscimo na produção na ordem dos 2,2%.

De acordo com a Reuters, as medidas de austeridade, o desemprego, e a inflação, com diminuição da procura, são as razões apontadas pelas empresas europeias para o decréscimo da produção, com consequências ao nível dos lucros.

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