Magic Johnson: “Provavelmente, não me deveria ter retirado”

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Reuters (Arquivo)

O basquetebolista Magic Johnson espantou o mundo há 20 anos, com o anúncio do fim da sua carreira, por ter contraído o vírus HIV, mas hoje, sem se ter arrependido da decisão, pensa que poderia ter continuado.

“Naquele tempo era a decisão certa”, defende Magic Johnson, que levou os Los Angeles Lakers à conquista de cinco títulos e foi considerado por três vezes o melhor jogador da NBA, em 1987, 1989 e 1990.

Magic Johnson refere que se soubesse o que sabe hoje muito provavelmente continuaria a jogar basquetebol e continuaria a trabalhar. “Provavelmente, não me deveria ter retirado”, afirma.

“Mas, eu não sou pessoa que se costumava arrepender, não olho para trás. Estou feliz porque queria e consegui viver mais algum tempo. Naquele momento, tomámos a decisão certa”, sustenta.

As duas décadas volvidas sob a retirada de Magic foram assinaladas segunda-feira, no Staples Center, de Los Angeles, num evento que contou com a presença de ex-jogadores como Jerry West, James Worthy e Michael Cooper.

Em 1991, Magic, então com 32 anos, chocou o mundo do basquetebol e o desporto em geral, quando anunciou a sua retirada por ter contraído o vírus HIV, que pode levar à sida.

Ainda assim, no ano seguinte fez parte da melhor equipa de sempre, o “Dream Team”: Magic, Michael Jordan, Larry Bird, Charles Barkey, Karl Malone, John Stockton, Pat Ewing, Scottie Pippen, David Robinson, Clyde Drexler, Chris Mullin e o universitário Christian Laettner encantaram Barcelona, dando o título olímpico aos Estados Unidos.

Vinte anos depois, aos 52, Magic continua a lutar contra a doença, com um tratamento diário mais leve do que o na fase inicial, que o levou a ingerir 15 comprimidos por dia. “Costumo dizer que sou bom e mau contra o vírus”, brinca Johnson: “Bom, porque eu estou bem, posso sair e fazer alguma coisa para me animar e encorajar as pessoas a fazer o teste”. No entanto, Johnson também tem consciência do lado mau da sua situação que é o de levar as pessoas a julgar que por ele estar bem não necessitarem de ser cautelosas perante o perigo de contágio do HIV.

“As pessoas desvalorizam o facto de contraírem o HIV, pois a esperança de vida aumentou para os portadores do vírus, mas esquecem-se que este ano vão morrer mais de dois milhões de infectados”, explica.

Magic Johnson, que dedicou uma boa parte da sua vida após a retirada do basquetebol à luta contra a sida, anunciou segunda-feira que a sua fundação doou um milhão de dólares para esta causa.

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