Anonymous atacam 40 sites de pornografia infantil

Hackers lançaram ultimato aos proprietários dos servidores que albergam sites de pornografia infantil

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Anonymous decretou empresa que alberga pornografia infantil como inimigo número um

A falta de regulação no submundo da Internet – a “DarkNet” – permite que muitos sites com conteúdos ilegais sejam mantidos de forma encoberta, mas acessível. É o caso dos que se dedicam à pornografia infantil. Em resposta, os Anonymous lançaram um ultimato aos proprietários dos servidores que os albergam: “removam esse conteúdo”, ou “vão tornar-se num alvo”.

A Freedom Hosting foi a primeira vítima. Os Anonymous acusam a empresa de “apoiar abertamente a pornografia infantil” e de permitirem que “os pedófilos vejam crianças inocentes, alimentando os seus problemas e colocando as crianças em risco de rapto, abuso sexual, violação e morte”. Os servidores da empresa estão, por isso, debaixo de constante ataque desde 14 de Outubro, há dez dias. 

Em comunicado, o grupo de "hackers" revela ter encontrado referências a um conjunto de sites com pornografia infantil na Hidden Wiki, um índice que serve de ponto de partida, ou de mapa, dentro da “DarkNet”. Os links foram removidos pelo activista que os descobriu, mas logo foram repostos por um dos administradores numa secção intitulada “Hard Candy” (nome de um filme de David Slade sobre pedofilia). 

A Hidden Wiki foi atacada de imediato e o grupo dedicou-se então a descobrir a relação entre os sites listados. E encontrou: os servidores da Freedom Hosting. “Emitimos de seguida um aviso, para que [a empresa] removesse o conteúdo ilegal dos seus servidores, o que recusou”, lê-se na mesma nota. Duas horas e meia depois, os sites estavam indisponíveis. O conteúdo ainda foi recuperado, mas voltou a ficar "offline". 

“Ao atacar a Freedom Hosting, estamos a eliminar mais de 40 sites de pornografia infantil, entre os quais está Lolita City, um dos maiores sites de pornografia infantil de sempre com mais de 100GB de pornografia infantil”, continua o texto. “Vamos continuar não só a manter os servidores da Freedom Hosting em baixo, como qualquer outro que contenham, promovam ou apoiem pornografia infantil.” 

O Lolita City, tal como outros sites com conteúdos ilegais, é visitado através de uma rede que permite que qualquer um navegue na rede de forma anónima. A TOR, assim se chama, foi criada para proteger internautas sob regimes autoritários, em particular da China e do Irão. O que faz com que a cobertura que está a ser dada à “Operação DarkNet” não esteja a ser bem vista por todos. 

“Optámos por atrair atenção mediática para esta operação para podermos ter os recursos necessários para os encerrar de forma mais permanente”, justifica um dos activistas dos Anonymous, em declarações à Gawker. Há utilizadores da “DarkNet” que preferiam, no entanto, que o grupo tivesse passado às autoridades competentes os nomes dos servidores e dos 1589 utilizadores do Lolita City, em vez de os publicitarem online. Agora, é tarde: a TOR deixou de ser uma rede segura.

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