Ana Lídia ganhou o concurso e recebeu aplausos

Estudante de 17 anos convidou os jovens, nas cerimónias do 5 de Outubro, a abraçar os ideais republicanos

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Ana Lídia estuda numa escola secundária da Maia Rui Gaudêncio

Ana Lídia tinha 17 anos quando venceu o concurso do Centenário da República e esta quarta-feira, um ano depois, convidou os jovens a “abraçar os ideais republicanos” perante as mais altas figuras do Estado português.

A jovem discursou no âmbito das cerimónias do 5 de Outubro, que decorreram em Lisboa, seguindo o presidente da autarquia, António Costa, e antes da intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva. O seu discurso recordou os “intelectuais e livres pensadores” que fizeram a República portuguesa, há 101 anos.

Ana Lídia recordou alguns desses homens e do sonho alcançado de uma escola “gratuita e obrigatória para todos”. Ao desfiar o “sonho” de alguns desses homens, a jovem, hoje com 18 anos, enumerou os êxitos alcançados desta República “jovem de um século”, mas também as “oportunidades perdidas”.

E enumerou nomes como Teófilo Braga, António José de Almeida, José Relvas ou Guerra Junqueiro para enaltecer o “uso correcto e honesto da coisa pública e bem comum”.

Interrompida uma vez com aplausos dos convidados e outras pessoas que assistiam à cerimónia - o que não aconteceu com qualquer outro orador -, Ana Lídia convidou os obreiros da educação a repensar o seu modelo actual. Pelo meio, a jovem convidou todos a abraçar o ideal republicano, celebrado em Lisboa, 101 anos depois de implantado em Portugal.

A jovem, estudante da Escola Secundária da Maia, foi a vencedora do concurso “A República: o meu discurso em 2010”, organizado pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Crise é igual a oportunidade?

O primeiro-ministro disse partilhar das mesmas preocupações do Presidente da República em relação aos tempos difíceis que o país atravessa e considerou que o discurso de Cavaco Silva no dia da República, além de “realista”, foi também “motivador”. 

No final das cerimónias que assinalaram o 101.º aniversário da implantação da República, Passos Coelho insistiu em que Portugal pode vencer a crise, “trabalhando mais” e aplicando-se, “não apenas na execução do programa de assistência financeira”, mas também “nas oportunidades para a economia”. 

Neste sentido, concretizou, “esta crise é também uma oportunidade para reinventar a atividade económica”, criar “oportunidades de desenvolvimento” que levem à criação de emprego e desenvolvam as condições para atrair investimento estrangeiro. 

Passos Coelho acrescentou que, “deste ponto de vista”, a intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que considerou que as crises são “oportunidades para fazer diferente e melhor”, foi também “muito oportuna”. 

Essas são as preocupações que todos temos. Parece-me que foram intervenções não apenas realistas mas também motivadoras no sentido em que nos mobilizam para a ação que temos de desenvolver”, afirmou o primeiro-ministro. 

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