Saragoça recebeu o cobrador do fraque e três dias depois comprou Roberto por 8,6 milhões

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Roberto só vestiu a camisola do Benfica por uma época Foto: DR

O Saragoça está em insolvência, tem uma dívida de 93 milhões de euros e recorreu voluntariamente à administração judicial para combater o risco de falência e conseguir chegar a acordo com os seus credores. Mesmo assim, na passada sexta-feira, o emblema da I Liga espanhola recebeu o cobrador do fraque, que pretendia cobrar dívidas antigas ao presidente do clube, Agapito Iglesias, durante a apresentação do avançado mexicano Efraín Juárez. Três dias depois, o Benfica anunciou à CMVM a venda de Roberto ao Saragoça por 8,6 milhões de euros, mais 100 mil euros do que havia pago ao Atlético de Madrid pelo passe do guarda-redes espanhol.

Depois de voltar à I Liga e ter sofrido para segurar a permanência, Agapito pôs em marcha – em Maio de 2010 – o plano de reestruturação financeira para combater a crise económica e impedir o crescimento da dívida, mas sem efeito. Na última terça-feira, em representação da sociedade anónima desportiva do Saragoça e por ordem do presidente e máximo accionista, os advogados do clube apresentaram a documentação necessária no tribunal, assumindo a insolvência. Em paralelo, o clube foi construindo a equipa para a próxima época. E contratou ontem o guarda-redes Roberto.

Já em Espanha, o jogador assinou um contrato para as próximas cinco temporadas, “numa operação que supera os oito milhões de euros”, refere-se no site do Saragoça. O guarda-redes regressa a um clube pelo qual passou em 2009/10, por empréstimo do Atlético Madrid. Em dois anos, o guarda-redes espanhol movimentou 17 milhões de euros em transferências entre estes três clubes.

O ex-benfiquista, que passou apenas uma época na Luz, mostrou-se satisfeito com esta decisão. “Venho com grande esperança neste novo projecto que se está a formar no Saragoça para a próxima época”, disse Roberto, que falou sobre a sua passagem pelo Benfica. “Fui sempre muito criticado por o clube ter pago uma quantia tão elevada por uma guarda-redes desconhecido”, contou, reconhecendo que a sua adaptação “não foi boa” e que o seu nível esteve “abaixo do normal”.

“Não tive direito à margem de erro que merecia quando a equipa melhorou”, queixou-se, referindo que a imprensa portuguesa fez dele o “bode expiatório” desde as suas primeiras actuações.

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