Prémio “mostra que temos investigadores a fazer muito boa ciência” nas regiões polares

Foto
O biólogo está a estudar a capacidade de adaptação dos animais na Antárctida às alterações climáticas Paulo Whitaker/Reuters

Em poucos anos, o número de portugueses a fazer ciência nas regiões polares passou de uma dezena para mais de 50. José Xavier, distinguido com o Prémio Martha T. Muse, acredita que o galardão demonstra “que temos investigadores a fazer muito boa ciência” naqueles locais remotos do planeta.

“Portugal teve um crescimento muito grande nestes últimos anos” e hoje há investigadores a fazer ciência em “áreas tão diferentes como as ciências marinhas, ciências terrestres e ciências atmosféricas”, disse hoje ao PÚBLICO o biólogo marinho.

Ontem foi nomeado o vencedor do prémio Marta T. Muse 2011 para a Ciência e Política na Antárctida.

“Esta distinção deve-se também ao trabalho feito conjuntamente com toda a comunidade polar portuguesa”, acredita. “Portugal foi considerado um caso de estudo exemplar durante o Ano Polar Internacional [2007-2008]. Sem nunca ter participado num Ano Polar Internacional anterior, criou-se um comité polar, um programa científico e outro educativo”, além de ter “assinado o Tratado da Antárctida e de ter aderido à Associação de Jovens Cientistas Polares (APECS) e ao Comité Cientifico para a Investigação na Antárctica (SCAR)”, salientou.

Mas apesar de “estarmos no bom caminho ainda há muito por fazer”. O futuro continuará a passar pelas “colaborações internacionais, em programas e projectos interdisciplinares, de modo a maximizar a produção científica e a redução de custos”, tendo em conta “as restrições económicas que Portugal enfrenta actualmente”.

O biólogo marinho acredita que “esta distinção ajudará a dar uma voz mais forte a Portugal no mundo, cientificamente, particularmente junto da comunidade científica polar”.

De momento, José Xavier e a sua equipa de investigação do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra está a “estudar o comportamento de animais na Antárctica para perceber como são capazes de se adaptarem às alterações climáticas”. “Pretende-se prever o que pode acontecer em todo o Oceano Antárctico, mas também nas restantes regiões no planeta, incluindo em Portugal, consoante diferentes cenários”, acrescentou.

Sugerir correcção
Comentar