Da televisão para os palcos, Angélico era um ídolo juvenil

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Foi ao lado dos D'ZRT que Angélico conquistou milhares de fãs Enric Vives-Rubio

Em 2004 quando apareceu em “Morangos com Açúcar” ainda ninguém o conhecia. Durante muito tempo, o nome de Angélico viveu na sombra de David, a sua personagem na série juvenil. Sete anos depois, tornou-se conhecido pelo seu trabalho como actor, cantor e modelo.

Sandro Milton Vieira Angélico, Angélico Vieira, nasceu a 31 de Dezembro de 1982. Apesar de ter nascido em Lisboa, nunca esqueceu as raízes angolanas, às quais tantas vezes fez referência nos seus trabalhos.

Aos 21 anos começou a trabalhar como modelo para a agência DXL Models, naquele que foi o passaporte para a ribalta. Foi então que entrou em “Morangos com Açúcar”. Frequentava ainda o 3º ano de gestão de empresas, mas o sonho da carreira artística falou mais alto. A TVI deu-lhe a oportunidade e Angélico não a desperdiçou. Mostrou que sabia representar e, para além disso, que sabia cantar e dançar, um dos seus grandes sonhos.

Na novela juntou-se a Paulo Vintém, Edmundo Vieira e Vítor Fonseca e daí nasceram os D’ZRT, uma boysband portuguesa que logo na primeira música cantada conquistou o público juvenil. “Para mim tanto me faz”, o primeiro single da banda, foi dado a conhecer na televisão, mas não demorou muito tempo a saltar para os palcos do país. As personagens depressa desapareceram e os D’ZRT passaram da ficção para a realidade.

O primeiro álbum saiu para as lojas em 2005 e esteve 33 semanas no top nacional de vendas, 22 das quais no primeiro lugar, valendo-lhes 16 discos de platina. O sucesso estava alcançado. Durante três anos, onde os D’ZRT apareciam, a casa cheia era uma garantia. Deram mais de 250 concertos, percorreram o país, fizeram a delícia dos milhares de fãs. E depois decidiram que estava na altura de terminar o projecto e dedicaram-se a novos trabalhos.

Ao contrário dos seus parceiros Angélico nunca desapareceu do mundo artístico. Novelas, disco a solo, participações em programas televisivos. As luzes da ribalta continuaram ligadas para o artista.

Começou com pequenas participações em novelas, como em “Doce Fugitiva”, em 2007. Seguiu-se depois “Feitiço de Amor” e este ano entrou ainda em “Espírito Indomável”, onde a sua personagem, à semelhança da vida real, também teve um fim trágico.

Pelo meio teve um romance com a actriz Rita Pereira, que se manteve no hospital ao lado da mãe de Angélico desde que soube do acidente. A relação durou três anos, sempre sob a atenção da imprensa e do público. Os dois apareceram juntos em várias festas, programas e fizeram mesmo uma campanha publicitária.

Paralelamente, Angélico continuava a somar pontos na música. Lançou o seu primeiro álbum a solo, “Angélico”, em 2008 e em 24 horas as vendas dispararam, atingindo a marca dos dez mil discos vendidos. Seguiram-se os concertos, as entrevistas, os programas. Era na música que se sentia como “peixe na água” e foi a viajar para mais uma actuação que morreu. Ia participar na habitual festa de verão da TVI, onde iria apresentar o novo álbum. Já tinha datas de espectáculos marcadas para os próximos meses.

Hoje os seus fãs, amigos e familiares choram. Os movimentos de apoio têm-se multiplicado pelas redes sociais e há ainda quem lembre a música que Angélico escreveu para Francisco Adam, quando este morreu também vítima de acidente. “Eu não te quero perder, presta atenção ao que te digo, encara a estrada como um perigo. Eu não te quero perder, o teu sorriso é o nosso sorriso, eu não te quero perder, estejas onde estiveres, estamos contigo”, escreveu Angélico, em 2006.

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