PS, PSD e CDS "têm programa comum", diz Jerónimo de Sousa

“Neste momento PS, PSD e também o CDS têm um programa comum que foi imposto pela intervenção externa da ´troika´, trata-se de um documento com metas e objectivos precisos, concisos, autoritários, blindados que amarram os três partidos que o subscreveram”, lembrou Jerónimo de Sousa à margem de um encontro com militantes e simpatizantes da candidatura da CDU-M, liderada por Edgar Silva.

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“Neste momento PS, PSD e também o CDS têm um programa comum que foi imposto pela intervenção externa da ´troika´, trata-se de um documento com metas e objectivos precisos, concisos, autoritários, blindados que amarram os três partidos que o subscreveram”, lembrou Jerónimo de Sousa à margem de um encontro com militantes e simpatizantes da candidatura da CDU-M, liderada por Edgar Silva.

“Independentemente das questões de estilo, os três partidos assumiram uma responsabilidade muito grave de cumprir, à risca, aquilo que é um programa imposto pela ´troika´”, sustentou.

Por isso, manifestou querer ver “no futuro, do ponto de vista da região, como é que os três partidos que subscreveram este acordo quando começarem a cair as medidas concretas de desregulamentação das leis laborais, de corte nas transferências para as finanças regionais, da liquidação de cerca de mil postos de trabalho na administração pública, de aplicação das taxas moderadoras, do agravamento dos impostos, do congelamento de salários, das pensões e das reformas, que resposta, aqui, dão ao povo madeirense”.

“A discussão geral serve a quem serve porque os portugueses e a população da Madeira vão ser confrontadas com esta realidade que é andar para trás dez anos porque alguém subscreveu e não vale a pena ter um discurso no continente e outro na Região Autónoma da Madeira”, realçou.

O secretário-geral do PCP disse ainda ser “um falso dilema dizer que a competitividade passa tão só pela redução da taxa social única” e contrapôs que passa “antes pelo contrário pela redução dos custos dos factores de produção”.

Referiu que os alegados desentendimentos entre Pedro Passos Coelho e Eduardo Catroga no que diz respeito ao IVA “é um problema interno que eles têm que resolver” mas, sublinhou, que “aquilo que os portugueses percebem é que, quando se diz que a baixa da taxa social única pode ser compensada pelo aumento da receita do IVA , se aumenta a receita do IVA obviamente alguém vai pagar esse aumento de receita”.

Disse ainda não ser solução para Portugal “pedir empréstimos para pagar empréstimos” e apontou como caminho alternativo a venda de “55 mil milhões de euros em títulos e obrigações no estrangeiro por parte de entidades públicas”, a “renegociação da dívida” e a necessidade do país “produzir mais”.