Pixar, a fabricar fantasias há 25 anos

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O Filme "Toy Story 3" foi o mais rentável da Pixar até ao momento, tendo arrecadado mais de mil milhões de dólares DR

Neste momento, a Pixar está onde começou: outra vez em Toy Story. Mas este é já o terceiro “capítulo” desta saga e, até agora, o filme que mais dinheiro deu a ganhar a estes estúdios (mais de mil milhões de dólares).

Entre o primeiro e, agora, o terceiro e mais recente filme da Pixar está um recheio delicioso, composto por monstros amigáveis, um peixe que quer encontrar o seu filho, uma família com super-poderes, um rato-chef e um adorável robô num mundo pós-apocalíptico.

Todos os onze filmes que a Pixar produziu até agora foram enormes sucessos de crítica e de bilheteira.

Os sucessos “À Procura de Nemo”, “Os Incríveis”, “Up - Altamente” e “Toy Story 3” estão na lista dos 50 filmes mais rentáveis de sempre. Desde 2001 que todos os filmes produzidos pela Pixar foram nomeados para o Óscar de Melhor Filme de Animação. Seis levaram a estatueta para casa (“À Procura de Nemo”, “Os Incríveis”, “Ratatouille”, “Wall-E”, “Up - Altamente” e “Toy Story 3”). Os dois últimos chegaram inclusivamente a estar nomeados na categoria de “Melhor Filme”, embora não tenham ganhado.

Mas nem tudo foi fácil na Pixar. Em 1979 nasceu o Graphics Group (fazendo parte da divisão de computadores da Lucasfilm), que acabou por ser comprado, em 1986, pelo emblemático patrão da Apple, Steve Jobs. Foi neste período que emergiu o faro de Jobs para a gestão dos negócios e o talento para a animação de John Lasseter, um dos fundadores da empresa e que ainda hoje está à frente da sua obra.

“Levou-nos dez anos a fazer o nosso primeiro filme (“Toy Story”) e outros dez a fazer um filme por ano, como queria Steve Jobs. E vamos continuar a crescer. Mas está tudo muito bem pensado porque crescemos sem perdermos a qualidade”, diz John Lasseter, citado pelo “El País”.

Durante muitos anos, a Pixar e a Disney foram parceiras de negócio. Era a empresa do Rato Mickey que distribuía os filmes produzidos pela Pixar, uma vez que esta não tinha uma rede de distribuição independente. Quase todas as produções próprias da Disney dos anos anteriores à “fábrica” Pixar ("O Planeta do Tesouro", "Atlantis - O Reino Perdido", "Kenai e Koda") tinham sido fiascos.

Mas os desentendimentos entre Jobs e o director-executivo da Disney, Michael Eisner (nomeadamente quanto às datas de estreia dos filmes, que Jobs queria que acontecessem nos meses de Verão, a fim de se poderem vender DVD’s no Natal), acabaram por conduzir à desagregação da parceria. O processo arrastou-se durante alguns anos, mas finalmente, em Janeiro de 2006, a Disney anunciou que iria comprar a Pixar por cerca de 7,4 mil milhões de dólares. A venda foi concluída em Maio desse ano e essa transacção transformou Jobs – que era o principal accionista da Pixar (50,1 por cento) – no maior accionista individual da Disney (sete por cento), com assento na direcção da empresa.

Actualmente a Pixar continua a prosperar, com 1200 funcionários e já com duas sedes: depois da Califórnia, o Canadá.

Para comemorar os 25 anos da Pixar, Hong Kong recebe agora (até Julho) uma exposição itinerante – no Heritage Museum – que mostra algum do incrível espólio de animação da Pixar, nomeadamente material que nunca antes saiu dos arquivos daqueles estúdios, como maquetas, curtas dos tempos iniciais da empresa e frames do filme “Carros 2”, que ainda não estreou e que será o próximo filme da “fábrica” Pixar a chegar aos cinemas. Os dois seguintes serão “Brave” (que terá uma protagonista feminina) e “Monsters University”, a primeira prequela da Pixar (que nos conduzirá de novo ao universo do “Monstros e Companhia”).

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