Roy Lichtenstein duplica o seu valor no mercado leiloeiro

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“Ohhh... Alright...” de Roy Lichtenstein DR

Uma pintura do norte-americano Roy Lichtenstein (1932-1997) foi vendida ontem na Christie’s de Nova Iorque por cerca 30 milhões de euros, um novo recorde para o artista, que assim viu mais do que duplicar o valor do seu trabalho no mercado.

O recorde anterior de preço de venda para uma pintura de Lichtenstein, um dos nomes incontornáveis da pop-art, era de 12 milhões de euros. Foi atingido em 2005 com “In the Car”.

A pintura de Lichtenstein ontem vendida mostra uma jovem ao telefone, com um balão de diálogo que indica “Ohhh... Alright...” - o título da obras -, e foi executada em 1964, emulando o estilo da BD e da peças e ilustrações comerciais de reprodução a nível industrial e comercial. A obra foi vendida a um comprador anónimo, que fez a proposta pelo telefone.
O mercado da venda de arte contemporânea, mas também dos impressionistas, parece continuar a emitir sinais positivos perante a crise.

A temporada de leilões de Outono de Nova Iorque começou na semana passada, dia 2, abrindo com a venda, na Sotheby’s, de um quadro de Amedeo Modigliani, “Nu Assis sur un divan (La Belle Romaine) ” por 49 milhões de euros. O quadro, pintado em 1917, foi considerado pelos responsáveis da Sotheby’s como “um dos melhores nus da história da arte”, tinha como valor estimado para venda 29 milhões de euros. Um outro quadro do pintor italiano,”Jeanne Hébuterne (au chapeau)” foi vendido no mesmo leilão por 13 milhões de euros, 5 milhões a mais do preço máximo estimado.

Na mesma noite, a Sotheby’s vendeu ainda obras de Matisse e Picasso. No total, foram vendidas 46 das 61 obras que estavam em leilão, num total de quase 165 milhões de euros. Um aumento de mais de 30 milhões de euros em relação ao mesmo leilão do ano passado.

Já na quarta-feira dia 3, a Christie’s conseguiu 168 milhões de euros com vendas de um catálogo mais extenso, enquanto no ano passado não chegou aos 50 milhões de euros. A escultura de Matisse “ Nu de dos, 4 de état” foi vendida por 34,7 milhões de euros, um recorde para o artista francês. A estimativa inicial para a obra, que estava na posse das galerias Gagosian, era de cerca de 25 milhões de euros. No total, a Christie’s vendeu 11 obras por mais de 3,7 milhões de euros e quatro obras por mais de 7,3 milhões. A arte espanhola esteve em destaque no leilão, com as obras dos pintores espanhóis Juan Gris e Joan Miró.

Mesmo o leilão “Carta-branca” da Phillips de Pury & Company, que se estreou segunda-feira, conseguiu vendas que superaram as expectativas - alguns artistas conseguiram mais uma vez valores recorde pelas suas obras, como foi o caso de Félix Gonzalez-Torres, Rudolf Stingel e Cindy Sherman. A escultura “Miss Ko2”, do japonês Takashi Murakami, foi comprada por José Mugrabi, depois de este ter vendido “Men in Her Life”, de Andy Warhol, por 50 milhões de euros. O valor pago por “Men in Her Life”, que retrata Elizabeth Taylor entre os seus maridos, foi o segundo mais alto de sempre para uma obra de Warhol. O mais caro foi “Green Car Crash (Green Burning Car I) ”, vendido pela Christie’s em 2007 por 53 milhões de euros.

O sucesso destes leilões vem mostrar que, apesar da crise económica, o mercado da arte continua a ser muito procurado pelos investidores. Segundo a Reuters, as rivais Christie’s e Sotheby’s venderam 93 por cento das obras em leilão, uma percentagem muito alta tendo em conta o momento difícil que a economia mundial atravessa.

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