Paulo Bento ganhará 900 mil euros por ano

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Paulo Bento vai dirigir a selecção A e supervisionar a equipa de sub-21 Reuters (arquivo)

Paulo Bento assinou nesta terça-feira contrato como seleccionador nacional de futebol até Julho de 2012 e, apurou o PÚBLICO, vai receber 900 mil euros por ano. Este montante — mais de 64 mil euros por mês — é bastante inferior ao que ganhava Carlos Queiroz, cujo vencimento rondava os 1,5 milhões de euros por ano e atingiria mesmo os 3,2 milhões anuais se fossem incluídos os direitos de imagem e outras verbas contratuais.

O novo seleccionador vai preocupar-se essencialmente com a equipa principal, estando definido no contrato que terá direito a um prémio monetário caso consiga a qualificação para a fase final do Europeu de 2012, que se realizará na Polónia e Ucrânia.

O ex-treinador do Sporting terá ainda um papel de supervisão da selecção de sub-21, mas não assumirá a coordenação de todas as selecções jovens, embora possa ter, naturalmente, uma palavra a dizer na definição das equipas técnicas que vão acompanhar as selecções mais jovens — será encontrada uma pessoa, em princípio dentro das que fazem parte da actual estrutura técnica, para ter um papel mais transversal na coordenação das equipas jovens, adiantou ao PÚBLICO fonte federativa.

“Já sou seleccionador”, foi a frase libertada por Paulo Bento à saída da sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde assinou contrato e iniciou o trabalho com vista à elaboração da pré-convocatória para os jogos com a Dinamarca e Islândia, agendados para 8 e 12 de Outubro, respectivamente — a estreia oficial de Bento ocorrerá no Estádio do Dragão, no Porto.

O novo técnico, de 41 anos, acrescentou ainda que sente “satisfação e orgulho” por ter sido o escolhido para o cargo e referiu que todos os detalhes foram tratados, remetendo mais explicações para a conferência de imprensa desta quarta-feira (12h), em que será oficialmente apresentado.

No segundo projecto da sua carreira de treinador no futebol sénior, Paulo Bento, de 41 anos, será acompanhado por três elementos da sua equipa técnica: o adjunto madeirense Leonel Pontes, que foi um dos responsáveis da ida de Cristiano Ronaldo para o Sporting e chegou a ser tutor do futebolista, o preparador físico João Aroso e o treinador de guarda-redes Ricardo Peres, que irão auferir vencimentos entre os 5000 e 8000 euros mensais.

Gilberto Madaíl, presidente da FPF, também foi parco em palavras, mostrando-se, por um lado, aliviado pela contratação de um novo seleccionador (“é mais um problema que passou, vamos agora aos outros”) e, por outro, confiante que Paulo Bento conseguirá conduzir Portugal à fase final do Euro 2012.

Amândio de saída

O vice-presidente que esteve no centro de uma das polémicas com Carlos Queiroz, Amândio de Carvalho, também falou, revelando que está de saída da federação. “Penso que não”, respondeu o dirigente, quando questionado se continuará na FPF, mesmo que Madaíl se recandidate nas próximas eleições, que se deverão realizar em Janeiro de 2011. “Estou a atingir o prazo de validade”, admitiu Amândio de Carvalho, sublinhando que já está ligado à modalidade há “40 anos” – o “vice” da FPF aproveitou ainda para esclarecer que esteve no México 1986, durante o caso Saltillo (polémicas com prémios dos jogadores e publicidade), mas não que não estava na federação quando aconteceu o chamado “caso Paula” (prostitutas no hotel da selecção) e nas polémicas no Mundial 2002, na Coreia do Sul.

Confirmando publicamente que votou contra a contratação de Carlos Queiroz, o dirigente disse ainda estar “um bocado chocado” com as acusações do ex-seleccionador, mas recusou, com ironia, entrar em detalhes sobre a entrevista ao Expresso em que foi acusado de ter posto a cara na cabeça do polvo que queria ver Queiroz fora da federação: “O meu almoço hoje foi polvo à lagareiro e estava muito bom. E no domingo, na Madeira, comi salada de polvo. Não tenho nenhum problema com o polvo.”

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