O colosso francês de Guadalupe quer reescrever a história

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Teddy Riner ganhou ao alemão Andreas Toelzer na final Issei Kato/Reuters

Aos 21 anos, o fenómeno do judo Teddy Riner está ocupado a reescrever a história do desporto e quer sair de Tóquio, a pátria da modalidade, com um título que ninguém tem: pentacampeão mundial. O judoca francês chegou ao Campeonato do Mundo com três títulos no currículo mas com o objectivo de lhe acrescentar mais dois. Este jovem maciço de 2,08m e 128kg já venceu o primeiro, na categoria de +100kg, e tem ainda a oportunidade de arrebatar outro no open (categoria que engloba qualquer classe de peso), no dia de encerramento dos campeonatos, na segunda-feira.

O colosso francês nascido em Guadalupe já conseguiu um feito: igualar os quatro títulos dos japoneses Naoya Ogawa, Shozo Fujii and Yasuhiro Yamashita e do francês David Douillet. "O meu primeiro objectivo é vencer na categoria de +100kg, que me permitia emular quatro atletas de prestígio", dizia na véspera numa entrevista à Reuters. "O meu segundo objectivo é vencer um segundo título que permite tornar-me o primeiro a vencer cinco títulos. Fazer isso tornar-se realidade no país de Jigoro Kano [que criou esta arte marcial em 1882], seria um orgulho", acrescentou.

Kano é muito querido para Riner. "Ele é o nosso pai espiritual, o nosso guia, ele inspira-nos e dá-nos confiança", diz Riner sobre Kano, cuja filosofia é baseada no respeito e na justiça. "Todos os dias saúdo a sua fotografia. Às vezes falo com ele e peço-lhe conselhos", confessou Riner.

Uma pedra no caminho do colosso francês apareceu nos Jogos Olímpicos de 2008. Favorito a ganhar o ouro, teve de contentar-se com o bronze. "Desde esse dia percebi que não podia deixar nada ao acaso. Por isso, tenho trabalhado para estar pronto para os percalços", conta este judoca, de técnica japonesa e força de Guadalupe, como se define. Já uma das personalidades mais populares em França, Riner, ainda não é a maior figura do judo francês. Esse estatuto é detido pelo já retirado Douillet. Por uma simples razão. "Ele foi campeão olímpico em 1996 e 2000 e eu ainda não sou. Seria uma falta de respeito comparar-me a ele", diz Riner.

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