POSITIVO e NEGATIVO

+


João Ribeiro
Esteve em todo o lado. Joga para ele quando pode e para a equipa quando é preciso.

Manuel Machado
Fez um bluff muito cedo, mas sentiu que este era um daqueles jogos em que valia a pena tentar. Em quatro jogos, a sua equipa conseguiu oito pontos, quase o triplo daquilo que o campeão nacional amealhou.

Bruno Teles
O corredor esquerdo foi dele. Dominou-o de ponta a ponta. E o que dizer do centro quando o placard fazia a contagem decrescente?

-


Nilson
A vitória do Guimarães voltou a disfarçar falhas inadmissíveis do guarda-redes.

Defesa do Benfica
Já não disfarça.

O Benfica continua a ter mais jogos do que pontos

Foto
Cardozo passou completamente despercebido durante todo o jogo Fernando Veludo/Reuters

Quatro jogos, três pontos. As contas do Benfica não precisam de prova dos nove. A equipa orientada por Jorge Jesus, a quem um dia Manuel Machado apelidou de “mestre da táctica”, somou ontem a terceira derrota no campeonato, mais uma do que nas 30 jornadas da última edição da prova. Até ver, o V. Guimarães, oito pontos, vai ocupando a vaga no pódio.

O jogo teve direito a dois tipos de defesas distintas. Uma macia e nem por isso muito requisitada, outra rija e catapultada. Num jogo de futebol ambas estão sujeitas a sofrer golos. A defesa do Benfica sofreu primeiro (17’) porque a linha vermelha ainda não acompanha o resto da equipa. Actualmente a defesa em linha do Benfica é tão fiável como um carro comprado há 20 anos: fiel companheiro, mas sempre a precisar de afinações. A defesa do V. Guimarães sofreu pouco depois (32’) não só porque a pedra dura não costuma resistir à água mole, mas também (e principalmente) porque Nilson assinou a “robertada” da noite.

Os golos deram alguma forma a um jogo que durante muito tempo parecia ser disputado por 30 jogadores. Faltava espaço de manobra, sobravam erros de parte a parte. João Ribeiro, um dos dois que não foi titular na vitória frente ao Nacional (o outro foi João Paulo, operado ontem de urgência), foi o primeiro a mostrar irreverência. Ensaiou dois remates perigosos (logo aos 20 segundos e ao quinto minuto) para depois ser o intermediário de uma jogada-relâmpago que começou em Toscano e acabou em Edgar (1-0).

O tino do Benfica chegou com o passar do tempo – tarde, dirá Jorge Jesus. A equipa montou a catapulta muito perto do forte vimaranense, acabando o empate por surgir com uma pedra que até passara à margem da muralha. O guarda-redes Nilson pinchou da caixa como um brinquedo infantil. Saviola, 
logo ele, não perdoou.

O estádio estava literalmente a fumegar. O Benfica estacionara lá à frente. Saviola já se queixara de um fora-de-jogo, Aimar de uma falta na área, Carlos Martins já testara a resistência das luvas de Nilson. O jogo estava nas mãos de Jesus (e nas de Roberto, que aos 55’ defendeu como pôde um livre estudado).Manuel Machado jogou a pensar no futuro (esgotou cedo as substituições), Jesus dava sinal para avançar a catapulta César Peixoto, enquanto a sua defesa, macia, acumulava cartões amarelos.

Roda o palco. Tem a palavra a equipa da casa, muito tempo à procura de argumentos – demasiado, lamentará Machado. Aos 72’, a bola só não entrou porque não estava escrito. Roberto defendeu para o seu sítio preferido (para a frente) e nenhum dos mil cabeceamentos dos homens do V. Guimarães acertou no alvo.

O jogo estava vivo, um parque de diversões. Algum tempo no placard. Aos 75’, Ricardo, carrinho milagroso, salvou a sua equipa. Jesus, pouco contente com o andamento, lançou as últimas pedras: Ruben Amorim e Jara. Muita parra.

A uva? Esquecida entre os defesas do Benfica. O cruzamento de Bruno Teles é muito bom. Rui Miguel salta e o tempo pára. As luvas de Roberto não chegaram onde já estava a sua cabeça.

Ficha de jogo

V. Guimarães, 2


Benfica, 1


Jogo no Estádio D. Afonso Henriques. Assistência
17.730 espectadores.

V. Guimarães

Nilson 4, Alex 6, Ricardo 6, Freire 6, Bruno Teles 7, Cléber 6, João Alves 6 (Flávio Meireles 6, 52’), Edson 6 (Rui Miguel 6, 52’), João Ribeiro 7, Toscano 6 e Edgar 6 (Maranhão 6, 63’).

Benfica

Roberto 5, Maxi Pereira 5 (Ruben Amorim 4, 76’), Luisão 5, David Luiz 5, Fábio Coentrão 5, Javi Garcia 5, Carlos Martins 6 (Jara 4, 76’), Gaitan 5 (César Peixoto 4, 58’), Aimar 5, Saviola 6, e Cardozo 4.

Árbitro

Olegário Benquerença 4, de Leiria.

Amarelos

Alex (35’), Carlos Martins (40’), Javi Garcia (45’), Gaitan (54’), Maxi Pereira (56’), Cardozo (58’), Rui Miguel (59’), David Luiz (68’), Luisão (69’) e Flávio Meireles (88’).

Golos

1-0, por Edgar, aos 17’; 1-1, por Saviola, aos 32’ e 2-1, por Rui Miguel, aos 83’.

Notícia actualizada às 22h42
Sugerir correcção
Comentar