Wyclef Jean acusa Presidente do Haiti de o afastar da corrida às presidenciais

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Wyclef Jean no dia em que se inscreveu como candidato presidencial Reuters

Foi através da sua arte, uma canção, que o cantor de hip-hop do Haiti Wyclef Jean reagiu à decisão das autoridades eleitorais de o retirarem da lista dos candidatos às presidenciais de 28 de Novembro, invocando incumprimento dos requisitos de residência. Uma canção em crioulo, em que o cantor critica as autoridades eleitorais e responsabiliza o Presidente René Préval pela decisão, começou ontem a passar nas rádios locais do Haiti, conta a Reuters.

Wyclef era dado como um dos favoritos, na lista de quase vinte candidatos às presidenciais do seu país, pela enorme popularidade de que goza entre a população. Está baseado nos Estados Unidos para onde foi viver com os pais quando tinha nove anos. Hoje, com 40 anos, tem também residência no Haiti.

Na semana passada, ficou a saber que estava impedido de se candidatar por não ter residência contínua no Haiti nos cinco anos anteriores ao escrutínio do próximo 28 de Novembro. Outros 13 nomes foram barrados, 19 aprovados.

O cantor começou por aceitar a decisão, mas depois anunciou que iria recorrer insistindo que cumpre os requisitos de residência, lembra a Reuters. Um advogado do conselho eleitoral disse então que as decisões do organismo eram irreversíveis, de acordo com uma cláusula do seu regulamento.

A reacção chega agora com o tema “Prison Pou K.E.P .a” (“Prisão para o Conselho Eleitoral Provisório”). Nele, Wyclef pede a prisão dos agentes das autoridades eleitorais que anunciaram a sua rejeição das listas e que acusa de serem corruptos e politicamente motivados. Também responsabiliza o Presidente René Préval “de o ter retirado da corrida” presidencial, apesar deste estar constitucionalmente impedido de se recandidatar depois de cumpridos dois mandatos.

Escreve a Reuters que a disputa pode suscitar o receio de alguma tensão num país politicamente volátil e fragilizado pelo terramoto que em Janeiro causou 300 mil vítimas e deixou milhares sem casa. A missão da ONU apelou a todos os candidatos e partidos para respeitarem as decisões eleitorais. Elementos da missão e da polícia do Haiti intensificaram as patrulhas nas ruas da capital Port-au-Prince.

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