Singapura liberta jornalista britânico que escreveu livro sobre pena de morte

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Alan Shadrake falou com os repórteres depois de ter sido libertado Foto: Vivek Prakash/Reuters

Alan Shadrake foi libertado hoje, depois de, no domingo passado, ter sido detido pela polícia de Singapura, acusado pelo governo local de difamação.

Segundo avança o jornal britânico The Guardian, o jornalista e escritor, que publicou recentemente um livro que relata a história da pena de morte em Singapura, já está em liberdade.

Shadrake foi libertado mediante o pagamento de uma caução no valor de 5.600 euros, mas o seu passaporte continuará confiscado pela polícia local.

“Sinto-me um pouco abalado neste momento”, disse Shadrake aos repórteres, já no exterior do complexo policial.

“Tenho estado acordado a maior parte do tempo desde que me arrancaram da cama às 06h00 da manhã de domingo”, comentou Shadrake, acrescentando: “Dormi apenas algumas horas no chão da prisão. De resto, tenho sido interrogado o dia inteiro, explicando todos os capítulos do meu livro, a história, a pesquisa e o porquê de o ter feito”.

Shadrake em tribunal no dia 30

O livro Once a Jolly Hangman: Singapore Justice in the Dock está na origem da detenção. Foi lançado há um mês na Malásia, inclui diversas entrevistas com um antigo executor de Singapura e faz uma análise detalhada de vários casos nos quais foi aplicada a pena de morte, em casos de homicídio e de tráfico de droga.

O britânico de 75 anos deverá comparecer em tribunal no próximo dia 30 de Julho, para responder às acusações de que é alvo, sendo que as autoridades alegam que Alan Shadrake colocou em dúvida a "imparcialidade, integridade e independência" da justiça.

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