A antiga presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Fátima Felgueiras, vai assumir o lugar de vereadora da oposição, após o período de suspensão de mandato, que termina a 26 de Junho.

“O regresso da dra. Fátima Felgueiras à política activa é absolutamente necessário e urgente para a defesa e garantia do povo de Felgueiras”, sublinhou fonte próxima da ex-autarca, que solicitou o anonimato.

Fátima Felgueiras, que presidiu à câmara de Felgueiras de 1995 a 2009, sempre com maioria absoluta, perdeu as eleições autárquicas de 11 de Outubro do ano passado, às quais concorreu à frente de um movimento independente de cidadãos designado “Movimento Sempre Presente (MSP). Na sequência do resultado - eleição de dois vereadores em sete possíveis - Fátima Felgueiras tomou posse como vereadora da oposição, mas suspendeu o seu mandato no mesmo momento por seis meses. Em Abril passado o executivo liderado pelo social-democrata Inácio Ribeiro aprovou o prolongamento da suspensão de mandato de Fátima Felgueiras por mais 60 dias, período que vai terminar.

Os eleitos do MSP nos vários órgãos autárquicos de Felgueiras (câmara, assembleia municipal e assembleias de freguesia) reuniram-se e manifestaram o desejo de que Fátima Felgueiras “regresse imediatamente à vida política”, um pedido que, segundo a fonte, vai ser correspondido pela antiga presidente do município na primeira reunião de câmara após 26 de Junho.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o movimento deixa várias críticas aos primeiros sete meses de governação da coligação “Nova Esperança” (PSD/CDS).

O MSP, que é a segunda força política no concelho, lamenta que “alguns projectos e obras que transitaram do anterior mandato, por incumprimento de prazos, estão já em risco iminente de perderem financiamentos aprovados e conseguidos pelo executivo de Fátima Felgueiras”.

“A imensa obra em curso da exclusiva responsabilidade do MSP e do executivo liderado por Fátima Felgueiras está atrasadíssima por desconhecimento e incapacidade deste executivo em assumir decisões atempadas”, pode ler-se no comunicado.

Os apoiantes de Fátima Felgueiras dizem lamentar o facto de Felgueiras ter deixado de “ser uma referência nacional”, considerando que isso se passa porque nada de relevante ocorre no concelho que o justifique”.

O MSP recorda também que “também se deixou de falar pela negativa do concelho, porque os que o faziam e fomentavam atingiram o poder, não precisando mais de prosseguir essa estratégia”.

No rol de críticas, o movimento independente sublinha ainda que “as tão propaladas promessas de desenvolvimento de políticas e apoios sociais têm-se traduzido na mera continuação das políticas e apoios do executivo anterior e na encomenda de estudos e de campanhas de imagem de validade duvidosa”.

O MSP conclui que “assim se vão esvaziando os cofres do município em acções que nada ajudam a melhorar as condições de vida das pessoas inviabilizando apoios às famílias que cada vez mais se justificam na conjuntura económica actual”.

A anunciada entrada de Fátima Felgueiras como vereadora vai conduzir à saída de Horácio Reis, que até agora ocupava o cargo em regime de substituição da líder do movimento independente.

O vereador Bruno Carvalho vai manter-se, acompanhando Fátima Felgueiras, em representação do MSP.

A coligação PSD/CDS tem quatro eleitos e o PS apenas um.