O antigo futebolista Hilário acredita que a selecção portuguesa vai melhorar na fase final do Mundial 2010, enquanto Vicente, outro “magriço”, alertou para os perigos do primeiro jogo, frente à Costa do Marfim.

À margem da apresentação do livro “História do Futebol Português”, Hilário, que esteve presente no Mundial de 1966, considerou que “no jogo contra Cabo Verde (0-0), os jogadores não conseguiram concentrar-se”. “São equipas mais fracas e os jogadores entram descontraídos e não se concentram. Depois deu um empate e até podíamos ter perdido um jogo. Mas o valor da selecção não é aquele que nós vimos. É muito superior àquilo que mostraram com Cabo Verde”, disse.

A cerca de duas semanas da estreia no Mundial, Hilário considera que “os jogadores estão mais concentrados para os jogos a sério”, porque “têm adversários conhecidos mundialmente e os jogadores da selecção portuguesa jogam os 90 minutos concentrados”. “Estou optimista, embora haja muitos portugueses pessimistas, devido aos jogos de treino que Portugal fez. Mas não nos vamos esquecer dos grandes jogadores que Portugal tem. Temos uma grande equipa, que pode ter sucesso no Mundial”, acrescentou.

O “magriço” disse que os jogadores portugueses “têm de ser acarinhados por todos os portugueses”. Relembrando o Mundial de 1966, Hilário lembrou que a selecção não fez “jogos de treino com selecções fracas”. “Jogámos com o Brasil, o Uruguai, a Roménia e vencemos esses jogos todos. Quando chegámos à Inglaterra toda a gente estava com fé na selecção, em virtude dos jogos de treino que fizemos. Depois desde o primeiro até ao último jogo, correu tudo muito bem e viemos com o terceiro lugar”, afirmou.

Vicente, outro dos “magriços”, tem uma ideia diferente: “À nossa selecção de 66 aconteceu o mesmo, porque os jornais diziam que a equipa vinha embora logo, éramos logo eliminados”. “[O empate da Coreia do Norte com a Grécia] É um aviso sério. O primeiro jogo também é difícil. Acho que se ganharmos o primeiro jogo estamos sujeitos a passar”, disse. Entre as equipas de 1966 e 2010, Vicente faz uma analogia: “O Ronaldo da altura era o Eusébio. O Eusébio contra a Coreia do Norte estragou aquilo tudo”.