Ronaldo: "Vou marcar golos e ajudar Portugal a vencer jogos"

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Cristiano Ronaldo Foto: Rafael Marchante/Reuters

Na única entrevista a um órgão de comunicação social português, Ronaldo diz que a selecção estará a postos quando começar o Mundial.

Ronaldo deixa, mais do que uma promessa, uma garantia aos adeptos portugueses, a 12 dias do arranque do Campeonato do Mundo de Futebol: "Tenho a certeza: vou marcar golos e ajudar Portugal a vencer jogos." Na única entrevista concedida (por e-mail) a um órgão de comunicação social português antes do arranque da prova na África do Sul, o capitão da selecção portuguesa diz ter a consciência de que Portugal ficou no grupo mais difícil e, até por isso, "importa ganhar o primeiro jogo com a Costa do Marfim". O objectivo, diz, é "ir o mais longe possível", talvez mesmo "chegar às meias-finais". "E, se chegarmos às meias-finais, quem sabe se não estaremos na final?", interroga-se Ronaldo, que garante continuar a arrepiar-se sempre que ouve o hino nacional.

O jogador do Real Madrid não está preocupado com o sistema táctico que irá ser utilizado por Carlos Queiroz, nem com os parceiros que o seleccionador nacional irá escolher para jogar a seu lado. Porque lhe é indiferente a posição em que irá ser utilizado e porque garante confiar em todos os companheiros.

Cristiano aborda ainda o seu ano de estreia na Liga de Espanha, reconhecendo sentir-se "frustrado e muito triste" por o Real Madrid não ter vencido nenhuma competição, situação que, de resto, o faz recordar os primeiros anos em Inglaterra. "Mas daqui a um ano a história será diferente", promete. Não está arrependido de ter trocado o Manchester United pelo Real Madrid, embora confesse ter saudades da cidade inglesa, onde, durante seis anos, cresceu, amadureceu e foi feliz.

A comparação com o argentino Leonel Messi foi contornada com elegância, aproveitando a circunstância para elogiar a qualidade do futebol do Barcelona. Reconhece que os ambientes adversos o motivam e continua a sonhar ser pai, talvez mesmo antes de se casar.

Depois de um apuramento complicado, os portugueses não estão muito optimistas relativamente à participação de Portugal no Mundial. O que lhes pode prometer?

Trabalho, muito trabalho, dedicação, concentração e também optimismo. Vamos demonstrar que somos uma grande equipa.

Portugal está no mesmo grupo do Brasil, um dos principais candidatos ao título mundial, e da Costa do Marfim, vista como a selecção africana mais forte. O que terá de fazer para não correr riscos de falhar o apuramento para a segunda fase?

Considero que ficámos no grupo mais difícil, mas quanto a isso nada há a fazer. Na minha opinião, o jogo com a Costa do Marfim, por ser o primeiro, vai ser crucial. Temos um único objectivo: vencer para entrarmos bem na prova. Não será fácil, todos nós o sabemos, mas temos todas as condições para seguir em frente. E, se ultrapassarmos a fase de grupos - como acredito que irá acontecer -, 50 por cento do objectivo estará cumprido. Depois veremos até onde poderemos chegar, pensando sempre jogo a jogo, mantendo-nos fortes, coesos e concentrados. O grupo está motivado e isso é muito importante. Importante é ter um colectivo muito forte.

Uma das situações mais insólitas na fase de apuramento foi o facto de o Cristiano não ter marcado nenhum golo. Como explica isso? Acha que na África do Sul estará em condições de apresentar uma produção mais fecunda?

Não acho, tenho a certeza: vou marcar golos e ajudar Portugal a vencer jogos.

Como reage quando lê ou ouve que rende mais nos clubes do que na selecção?

Respeito, mas não concordo.

Mas o que significa verdadeiramente para si jogar na selecção?

Um imenso orgulho, que ainda não consigo descrever, e uma grande honra. É o meu país, é a minha nação, é a minha pátria que estou a representar. Continuo a arrepiar-me sempre que ouço o hino e tenho a certeza de que irá continuar a ser assim.

Ficou surpreendido com a lista de 24 jogadores convocados por Carlos Queiroz?

Não. Acho que temos todos de respeitar as escolhas do treinador e, na minha opinião, foram as melhores opções. Mas todos sabem que em cada um de nós há um treinador, que mudaria sempre um ou outro jogador. Com todo o respeito por aqueles que ficaram de fora deste grupo, acho que foram as melhores opções.

Prefere jogar nas alas ou no meio, como poderá acontecer quando Portugal utilizar o sistema alternativo (4x4x2 losango) introduzido por Queiroz? Entende-se bem como Liedson?

Prefiro jogar em qualquer lado. Não importa a posição, importa o rendimento, importa a contribuição para as vitórias, as assistências, os golos. Entendo-me bem com o Liedson, com o Hugo Almeida, com o Simão, com o Nani. Com todos.

Acha que a mudança táctica poderá trazer-nos vantagens e tornar a selecção nacional mais equilibrada?

Estamos a definir a nossa identidade e a trabalhar em função dos jogadores que temos. Quando começar o Mundial, estaremos preparados para encarar os jogos com competitividade, concentração e ambição, independentemente das variações tácticas que possam ser introduzidas. É com essa perspectiva que estamos a trabalhar na Covilhã.

O que seria para si uma boa participação de Portugal no Mundial?

Ir o mais longe possível. Talvez chegar a uma meia-final. E, se chegarmos às meias-finais, quem sabe se não estaremos na final?

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