Suspenso leilão com fotografias de Henri Cartier-Bresson

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A fotografia Derrière la Gare Saint Lazare está entre os lotes suspensos DR

Na sequência de pressões da Fundação Cartier-Bresson sobre a leiloeira, 66 fotos foram retiradas da lista de vendas.

A leiloeira Soler y Llach, de Barcelona, decidiu suspender o leilão de um terço dos lotes que pretendia pôr à venda com fotografias de Henri Cartier-Bresson. A decisão surgiu depois da fundação Cartier Bresson, dedicada à conservação da obra de um dos principais fotojornalistas do século XX, ter defendido que 66 das imagens em leilão não poderiam ser vendidas por se tratar de "fotografias de imprensa [de divulgação] e com assinaturas falsas".  

A Soler y Llach tinha anunciado um leilão, a decorrer amanhã, com peças de Cartier-Bresson e de Agustí Centelles, outro dos grandes nomes do fotojornalismo. No catálogo estavam 174 lotes com objectos de Cartier-Bresson, mas a leiloeira decidiu entretanto suspender a venda de perto de 60, como explicou o director do departamento de fotografia da Soler y Llach, citado pela edição online do "El Mundo".

A decisão foi a resposta às "pressões" da Fundação Cartier-Bresson sobre a leiloeira, que, segundo Juan Naranjo, já se verificaram noutras ocasiões, nomeadamente a propósito de um outro leilão em Nova Iorque. No entanto, esta é a primeira vez que um leilão é suspenso após uma intervenção da fundação.

"Pensámos sobretudo nos nossos clientes e na imagem da leiloeira e no seu departamento de fotografia, criado recentemente", disse o responsável, ao justificar a decisão de suspender o leilão. Juan Naranjo sublinha que se trata de uma decisão temporária, em vigor até que fiquem esclarecidas as dúvidas legais. "Reservamo-nos o direito de actual legalmente contra a fundação", acrescentou.

Naranjo considerou "estranhos" os argumentos utilizados pela Fundação Cartier-Bresson, relembrando que "há dois anos, quando se expuseram as mesmas fotografias [agora contestadas] em Valls, a fundação tinha conhecimento e a imprensa elogiou a exposição".

Nos lotes suspensos estão algumas das imagens mais emblemáticas da carreira de Cartier-Bresson, como "Derrière la Gare Saint-Lazare" (1932) ou "Rue Mouffetard" (1955).

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