Soul Kitchen

À força de querer mostrar-se verdadeiro no modo como espelha o real, "Soul Kitchen" resvala na mais histérica das caricaturas, sempre mais interessado no acessório do que no retrato geracional que aspira a esboçar, com personagens boçais e um humor igualmente denunciado.

A cavalo entre tradições, com pretensões a fazer "novo cinema alemão", mas preso a óbvias (e sempre presentes) limitações étnicas, o filme falha a dimensão crítica, embora acabe por cumprir os mínimos de um entretenimento despreocupado, explorando a moda indigesta da culinária como metáfora do mundo. Não parece vir grande mal (nem bem) ao mundo por se fazer passar pela comédia de costumes a tentativa de analisar o quotidiano mesquinho de um grupo de amigos, à volta de uns copos e de umas mesas. Só que ficamos com a sensação de que se pretendia bastante mais do que isso e de que o filme falha em toda a linha.

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