Morreu Malcom McLaren, o provocador que “inventou” o punk

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Malcom McLaren morreu em Nova Iorque Dylan Martinez/REUTERS

Malcolm McLaren, o manager dos Sex Pistols que ajudou a definir o punk, morreu numa clínica na Suíça, aos 64 anos, vitimado por um cancro, segundo informação avançada pela namorada e o filho. Les Molloy, o seu representante, afirmou que, apesar de doença de que padecia, a morte surgiu de forma inesperada. “Estava a reagir muito bem, é um dia triste”.

Nasceu em Londres, a 22 de Janeiro de 1946, e, na adolescência, abandonou o conforto familiar com o objectivo de estudar arte. Um passo que lhe definiria o futuro, ainda que não tenha sido, de todo, um artista convencional.

Em 1968, leitor ávido dos Situacionistas, tentou chegar a Paris para participar no Maio de 1968. Não conseguiu, mas reteve as estratégias de intervenção dadaístas dos estudantes parisientes. Abandonou em 1971 a última das escolas de arte que frequentou por considerar preferível, afirmaria mais tarde, “ser um falhado extravagante que qualquer tipo de sucesso benigno”.

A partir dessa altura, o seu centro de acção passou a ser a boutique Let It Rock, inaugurada com a estilista Vivianne Westwood, então sua mulher. Foi enquanto participante numa feira de moda em Nova Iorque que convenceu os proto-punks New York Dolls a aceitarem-no como empresário. A estratégia de choque utilizada, vesti-los com as roupas excêntricas da sua boutique e decorar os seus concertos com bandeiras soviéticas, redundou em fracasso. Mais tarde, contudo, a estratégia deste mitómano evasivo e manipulador genial redundaria num dos períodos mais marcantes da música popular urbana.

Foi na sua boutique, então rebaptizada “Sex”, especializada em adereços sadomasoquistas e ponto de encontro da emergente comunidade punk, que reuniu os Sex Pistols, de quem se tornaria empresário. A banda, um cometa que duraria um par de anos mas que transformou para sempre a história da cultura popular, acabaria em 1978, com os seus membros a acusarem McLaren de os utilizar como marionetas do seu desejo de protagonismo. Ainda assim, a sua marca na história ficava inscrita de forma indelével.Nos anos seguintes lançou-se numa fugaz carreira a solo e, mais recentemente, “ameaçou” candidatar-se a Mayor da cidade de Londres. Fiel a si próprio, incluiu nas suas propostas a distribuição de bebidas alcoólicas nas bibliotecas da cidade.

Notícia corrigida às 16h04 de 09-04-2010
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