Sporting condenou-se a ter de decidir a eliminatória em Alvalade

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Paulo Assunção ganhou este lance a João Moutinho Paul Hanna/Reuters

Há um a.G. e um d.G. A era Grimi já devia ter acabado há muito em Alvalade, mas os astros (e o treinador) protegem o argentino. A sua expulsão, com duas faltas consecutivas para amarelo sobre o ex-benfiquista Reyes em meia hora, deitou tudo a perder. Ou quase tudo, já que a equipa fechou-se e, unida, foi impermeável a um dos melhores ataques que o futebol tem para mostrar. Daí resultou um zero para ambos os lados: tudo estéril e, no final, um empate que deixa o Sporting em boa posição para passar aos quartos-de-final.

A expulsão de Grimi resulta de um erro repetido ate à exaustão. E a de Tonel, mesmo no ocaso do jogo, mostra uma equipa ingénua aos limites da infantilidade. Na primeira, Reyes tirou partido das fragilidades do defesa; na segunda, Kun Aguero aproveitou a ansiedade do central fingindo uma agressão.O Sporting mostrou ser mais forte que o Atlético: de onze para onze mostrou ser mais perigoso. Liedson foi rápido, roubou a bola a Domínguez e atirou à barra. Mas a pressão inicial esvaziou-se como um balão furado após a saída de Grimi. Veloso passou para a esquerda, mas Reyes sacou ao médio outro cartão e Pedro Silva teve mesmo de entrar.

A questão da aposta em Pereirinha também ficará sem resposta. A mudança radical do jogo foi penosa para o extremo, que entrou para fechar o lado de Simão. Acabariam por sair os dois: o sportinguista por uma questão táctica, o madrileno por cansaço (leva mais de 3000 minutos nas pernas).

Sem Tiago, impedido de jogar por já ter representado a Juventus na UEFA, a capacidade de construir o jogo do Atlético definhou. Raúl Garcia não fez esquecer o português e foi por aí, pelo meio-campo, que o Sporting começou a “empatar” o jogo.

Este resultado exibição pode ser enganoso. O Atlético é uma equipa de contra-ataque, bem melhor do que a construir o seu jogo. Joga melhor fora do seu terreno, como aconteceu na eliminatória anterior – depois de empatar em casa (1-1) com o Galatasaray foi à Turquia carimbar o apuramento. E em Alvalade pode usar a arma que hoje não disparou: os golos de Forlán, Aguero (foi o mais esforçado e obrigou Patrício a duas intervenções de grande nível) e Reyes. O trio foi anulado por um Pedro Mendes incansável e um Moutinho todo-o-terreno.

Para virtuosos como Maradona, Figo e Futre – estiveram os três na bancada – o encontro foi penoso. A noite fria, o estádio em obras e uma equipa triste (a do Atlético) frente a outra sem soluções, que desapareceu por completo quando Liedson disse que já não podia correr mais.

Os “leões” somaram o nono jogo em Espanha e voltaram a não ganhar (levam três empates e seis derrotas). Uma boa notícia para os sportinguistas é que há 46 anos, desde que venceu o FC Porto na Taça das Cidades com Feira, que o Atlético não elimina uma equipa portuguesa. A outra boa notícia é que Grimi não poderá jogar na segunda mão.

Notícia actualizada às 21h25
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