Vendas da Nintendo ajudam Portugal a ser o mercado que mais cresceu na Europa

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A nova consola portátil que chega amanhã às lojas portuguesas Nintendo

O mercado dos videjogos em Portugal cresceu 17,6 por cento em 2009, uma subida superior à de qualquer outro na Europa. O grande impulso foi dado pelas vendas da Nintendo, mas a dianteira continua a ser da Sony.

Segundo dados da analista de mercado GfK – apresentados hoje pela Nintendo numa conferência de balanço de 2009 –, o mercado dos videojogos em Portugal totalizou 189,83 milhões de euros no ano passado, o que significa mais 27,5 milhões do que no ano anterior.

Passaram 11 meses desde que a Nintendo passou a ter presença directa em Portugal. A estratégia está a dar frutos e só as vendas da Wii (uma consola que se destacou pelo preço reduzido e pelo controlo através de gestos) subiram 144 por cento.

A melhor performance do mercado português face aos congéneres europeus deve-se em parte à presença directa da Nintendo, defendeu, ao PÚBLICO, Rafael Martinez, director-geral adjunto da Nintendo Ibérica.

Dos 27,5 milhões que o mercado cresceu, a maioria foram conseguidos graças à venda da Wii (que, contando com jogos e outros produtos, conseguiu em 2009 mais 15,4 milhões do que em 2008) e da portátil DS (mais 6,1 milhões).

Aumentar o número de jogadores

Em Abril do ano passado, a Nintendo pôs fim a 17 anos de parceria com a empresa Concentra, que era a representante em Portugal. “Acho sinceramente que a Concentra fez um bom trabalho”, sublinhou Martinez, “mas há coisas que a marca pode fazer e que o distribuidor não pode”.

“Se tivéssemos chegado antes ao mercado português, não teríamos tido os meios necessários”, referiu o executivo, quando questionado se a empresa deveria ter há mais tempo assumido directamente o mercado português. Martinez, porém, admitiu que a empresa “tem de pagar o preço” por só o ano passado se ter instalado em Portugal.

Quando implantou a presença directa em Portugal, a Nintendo anunciou que tinha como estratégia alargar o mercado dos videojogos. Ou seja, a ideia é aumentar o número de pessoas que jogam, em vez de simplesmente tentar conquistar uma fatia maior do mercado já existente – algo que, de resto, seria muito difícil, dada a sólida quota de mercado detida pela Sony, com a família de consolas PlayStation.

“Um mercado maior será benéfico não apenas para a Nintendo, mas para toda a indústria”, afirmou Martinez, durante a conferência.

Ainda de acordo com os números da GfK, a consola Wii tinha, no final de 2009, uma quota de 30,2 por cento das consolas domésticas. Em 2008, este valor estava nos 14,7 por cento. A PlayStation continua a liderar.

Ao todo, já foram vendidas 118 mil Wii em Portugal e 205 mil DS, a consola portátil da marca. Fazendo a comparação com o mercado espanhol, onde a multinacional japonesa tem presença directa desde 2006, os números empalidecem. Há 2,2 milhões de Wii e 4,5 milhões de DS em Espanha, valores que não se explicam apenas com as diferenças demográficas. Porém, ao longo de 2009, nota Rafael Martinez, as vendas nos dois países estiveram, proporcionalmente, muito mais próximas.

DS em tamanho XL

Amanhã chega ao mercado europeu a DSi XL, uma versão aumentada da consola portátil da Nintendo, com dois ecrãs de 4,2 polegadas de diagonal.

O objectivo da empresa com este dispositivo, explicou o director de marketing, Nicolas Wegnez, é “juntar mais gente à volta da consola”. Seguindo a estratégia da marca de apelar a públicos mais afastados do perfil tradicional dos jogadores de videojogos, a XL pretende cativar tanto utilizadores infantis, como os mais velhos.

A consola – que será vendida por um preço a rondar os 180 euros, embora possa haver variações consoante os retalhistas – foi lançada em Novembro do ano passado no Japão e chegará mais no final do mês aos EUA e Austrália.

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