As Vidas Privadas de Pippa Lee

Rebecca Miller pode ser filha do dramaturgo Arthur Miller, esposa do actor Daniel Day-Lewis, escritora de provas dadas e realizadora de dois filmes, mas o "pedigree" não lhe desculpa a falta de jeito de "As Vidas Privadas de Pippa Lee", a sua terceira longa-metragem, adaptada do seu próprio romance sobre uma esposa perfeita que procura fazer as pazes com o seu passado turbulento.


Que até podia ser um bom filme mas tomba na enésima exploração, em modo "faux indie", do mal-estar complacente da burguesia intelectual americana nova-iorquina, desperdiçando a entrega dos actores e sobretudo de Robin Wright Penn e Maria Bello. Há ideias, sim, mas há uma inexplicável incapacidade de as traduzir em cinema minimamente estimulante, e a sensação genérica que "As Vidas Privas de Pippa Lee", produzido pela Plan B de Brad Pitt, parece uma reunião de amigos que se juntaram para dar uma ajudinha a Rebecca Miller. O que não seria problema se o filme fosse alguma coisa que se visse.

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