Sporting gastou três vezes mais na última semana do que no Verão

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Marcos Borga/Reuters

O Sporting é habitualmente um clube contido no mercado de transferências. Ou melhor, era. Os maus resultados na primeira metade da temporada obrigaram o clube de Alvalade a modificar o seu posicionamento. A administração liderada por José Eduardo Bettencourt gastou 9,5 milhões de euros na última semana, quase o triplo do que aplicou no Verão, quando se limitou a pagar 3,6 milhões pelo passe de Matías Fernández.

A contratação de Sinama-Pongolle, ontem oficializada, é paradigmática. O Sporting vai pagar 6,5 milhões de euros pelo francês que alinhava no Atlético de Madrid - o montante pode aumentar um milhão mediante a performance do avançado. Caso o francês (que termina contrato em 2013) seja transferido até 2012, o Atlético tem direito a receber o tal milhão de euros na totalidade, o que transformaria Pongolle na transferência mais cara da história do Sporting. Esta é já a terceira aquisição mais cara da época em Portugal - a seguir aos benfiquistas Ramires (7,5 milhões) e Javi García.

Com as contratações de Mexer (valor não revelado, mas pouco significativo), João Pereira (três milhões) e Sinama-Pongolle, o Sporting mudou radicalmente de atitude. É que os "leões" não costumam investir muito no mercado, muito menos no Inverno: mesmo na famosa época de 1999/2000, quando chegaram César Prates, André Cruz e Mpenza, o clube gastou 2,5 milhões de euros no belga, já que os dois brasileiros chegaram por empréstimo. E em 2005/06, os emprestados (Abel, Romagnoli, Koke, Caneira) também foram a solução para compor o plantel em Janeiro.

Os 9,5 milhões gastos na última semana aproximam-se já dos montantes das duas épocas em que o Sporting mais investiu na última década: 10,8 milhões em 2001/02 (Jardel e Niculae) e 10,95 milhões na época passada (Postiga, Izmailov e Grimi). E é provável que o reforço da equipa não fique por aqui (um defesa esquerdo e um médio são as posições mais citadas).

A mudança de atitude no mercado surge quando Bettencourt tem no horizonte operações importantes, que podem estar na origem deste novo fôlego: o plano de reestruturação financeira, que poderá permitir um encaixe de 60 milhões de euros; o acordo com a Câmara Municipal de Lisboa (18 milhões); e a renovação (em curso) do contrato de patrocínio com a PT, que termina em 2011 e deverá estar concluído nos primeiros meses de 2010.

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