Dissidente chinês condenado a 11 anos de cadeia e mais dois de perda de direitos políticos

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A mulher do dissidente, Liu Xia David Gray/Reuters

Na sequência de um julgamento de poucos dias que foi criticado no Ocidente, e a que os jornalistas não tiveram autorização de assistir, Liu foi condenado por ter sido o ano passado um dos autores de um documento em que se pediam reformas políticas.

Algumas pessoas já ficaram aparentemente feridas numa manifestação que de imediato houve em Hong Kong contra a sentença, segundo refere a BBC.

O grupo de direitos Humanos Amnistia Internacional condenou a pena aplicada a este homem de 53 anos, tendo dito que a liberdade de expressão continua a não existir na China.

Os Estados Unidos também condenaram a pena imposta ao antigo professor universitário, mas Pequim retorquiu dizendo que Washington e a União Europeia estão a interferir nos seus assuntos.

O correspondente da BBC na capital chinesa, Michael Bristow, afirmou que a pena demonstra que o mais populoso dos países do mundo não aceita que ninguém desafie a sua autoridade.

“Tudo o que vos possa dizer agora é 11 anos”, afirmou à imprensa a mulher do réu, Liu Xia, que na quarta-feira não fora autorizada a entrar no tribunal, em Pequim, quando ele começou a ser julgado; e que logo adiantou “não ter qualquer esperança” quanto ao desfecho do caso.

Diplomatas ocidentais acreditados na China contaram terem sido informados pelos advogados de defesa de que Liu ficaria sem direitos políticos ainda durante mais dois anos, depois de ter cumprido a pena por haver participado na redacção do documento a que no Ocidente chamaram Charter08.

A pena, porém, ainda poderia ter sido pior, pois que se tinha admitido um máximo de 15 anos. Mas mesmo assim, segundo a Amnistia Internacional, ainda é a mais pesada que nos últimos seis anos foi aplicada por este motivo, num indício claro de que o Partido Comunista, no poder, continua a não tolerar qualquer desafio que lhe seja feito.

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