Sismo de magnitude 6.0 sentido em todo o país

Foto
Epicentro do sismo foi no Oceano Atlântico PÚBLICO

Um sismo de magnitude 6.0, com epicentro no Oceano Atlântico, a 185 km de Faro e a Oeste de Gibraltar, foi sentido esta madrugada, à 01h37, um pouco por todo o país. O Instituto de Meteorologia diz que este foi o maior abalo registado no nosso país desde 1969.

O site do US Geological Survey foi um dos primeiros a fazer referência ao abalo, reportando um sismo de magnitude 5.7, abaixo do valor que consta do site do Instituto de Meteorologia português: magnitude 6.0. Já o site do Instituto Geográfico Nacional de Espanha refere que o abalo teve magnitude 6.2.

O sismo teve a duração de alguns minutos, mas apenas foi sentido pelas pessoas durante cinco a oito segundos.

Até ao momento não são conhecidos quaisquer danos materiais ou pessoais resultantes do abalo.

O Instituto de Meteorologia registou 16 réplicas do sismo até ao momento.

Contactado pelo PÚBLICO, Fernando Carrilho, sismólogo do Instituto de Meteorologia, indicou que, se tivesse ocorrido em terra, um sismo desta magnitude poderia ter causado danos materiais e humanos.

“Num local densamente povoado, com habitações de má qualidade, não era de excluir que um sismo desta magnitude provocasse feridos. Felizmente o epicentro foi no mar”.

Fernando Carrilho esclareceu ainda que este sismo não deverá ser encarado como um “escape” e que não é sinónimo de “transferência de tensão para zonas vizinhas”.

Os utilizadores da rede social Twitter começaram imediatamente a publicar testemunhos logo após o abalo, que foi sentido do norte ao sul do país, com referências a localidades como Braga, Porto, Matosinhos, Covilhã, Lisboa, Almada, Beja e Loulé, entre muitas outras.

O Algarve foi, porém, a região onde o sismo foi mais sentido, apesar de não ter chegado a provocar nenhum dano material nem humano. Vila do Bispo e Lagos terão sido duas das localidades onde o sismo mais se fez sentir, de acordo com o Instituto de Meteorologia. A Protecção Civil da região recebeu dezenas de chamadas telefónicas e muitas pessoas recearam réplicas do sismo e foram para a rua.

Manuela Pico, 51 anos, foi uma delas. Residente em Budens, uma freguesia de Vila do Bispo, relatou ao PÚBLICO que estava deitada quando o abalo se fez sentir. "Estava a dormir, acordei com tudo a tremer e fui imediatamente para a rua com o meu filho". Em 1969 Manuela Pico ficou ferida durante o último grande sismo que atingiu Lisboa e a região sul do país. "Em 1969 caiu-me um parede em cima e eu tenho muito medo destas coisas. Fui logo para a rua".

Moradores de Faro contactados pela Lusa relataram igualmente que vieram muitas pessoas para as ruas a meio da noite, receando réplicas. “Foi o maior tremor de terra da minha vida. Estava a dormir e dei um salto quando senti o sismo e foi horrível, tive medo que houvesse réplica”, recordou Marta Filipa, moradora na avenida principal da capital algarvia.

O comandante da Zona Marítima do Sul, Marques Ferreira disse à Lusa que na área de jurisdição da Polícia Marítima não há relato de nenhum incidente em nenhum porto marítimo, nem com nenhuma embarcação.

O responsável pela GNR no Algarve também adiantou à Lusa que não registou pedidos de socorro. “Não houve danos nem humanos, nem materiais mesmo com um sismo desta intensidade e magnitude”, afirmou Vítor Calado, major da GNR.

(Notícia actualizada às 11h50)

Sugerir correcção
Comentar