Coimbra: Transportes públicos em greve até dia 20

Hoje, dos 20 autocarros e tróleis que circulam habitualmente ao domingo, “saíram apenas três” das instalações dos SMTUC, na Guarda Inglesa, disse à Lusa Licínio Azedo, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

O administrador-delegado dos SMTUC, Manuel Oliveira, lamentou a realização da greve na quadra de Natal, tendo sobretudo em conta a necessidade de acesso das pessoas a diferentes pontos da cidade para efectuarem compras.

Para minorar as previsíveis perdas do comércio tradicional, especialmente na Baixa, os SMTUC concede aos automobilistas, no período da greve, a utilização gratuita de todos os estacionamentos públicos que estão sob a sua gestão. É o caso do parque subterrâneo do Mercado Municipal D. Pedro V, dos três parques do sistema “Ecovia” e dos parcómetros, que são de livre acesso ao longo de toda a semana.

A greve, cujo pré-aviso abrange todos os funcionários dos SMTUC e com efeitos legais até à madrugada do próximo domingo (02h00), tendo especial repercussão nos motoristas, foi decretada quarta-feira num plenário, após as negociações com a administração não terem permitido um acordo.

Os grevistas reclamam, designadamente, a actualização do sistema remuneratório aos trabalhadores com cinco menções de “Bom” na avaliação de desempenho, o pagamento do trabalho extraordinário no mês seguinte à sua prestação e o pagamento de subsídio de turno em 14 meses por ano.

A actualização dos salários com efeitos retroactivos a Janeiro de 2009 é outra das reivindicações. “A partir de amanhã [segunda-feira], o impacto da greve será maior na cidade”, declarou esta tarde à Lusa Licínio Azedo. O sindicalista prevê que, a partir das 06h00 de segunda-feira, estarão parados “80 por cento dos 140 carros que deveriam estar na rua até às 09h00”.

Entretanto, o conselho de administração dos SMTUC “entendeu mandar orçamentar para 2010 a verba correspondente ao reposicionamento remuneratório de todos os trabalhadores que tenham obtido cinco menções consecutivas de ‘Bom’”, o que “significaria um benefício atribuído a cerca de 218 trabalhadores”.

Por outro lado, em comunicado publicado no seu sítio da Internet, a empresa esclarece que “os suplementos remuneratórios estão congelados desde Agosto de 2005 por força da Lei nº 43/2005 de 29 de Agosto e demais legislação suplementar”.

O abono para falhas, segundo a nota, “será processado quando da prestação de trabalho em dias de descanso semanal ou complementar”, enquanto “ o abono para falhas, nas faltas por actividade sindical, será tratado consoante parecer pedido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro”. “O STAL tem conhecimento, em relação ao pagamento do subsídio de turno em 14 meses/ano, da decisão do Supremo Tribunal Administrativo pela qual o subsídio de turno não deve ser incluído nos subsídios de Natal e férias”, recorda.