Ministra admite que pessoas não aparecem para serem vacinadas por receio

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As doses têm um prazo de validade de 24 a 48 horas depois de abertas Ina Fassbender/Reuters (arquivo)

"O crescimento está a acontecer, mas a uma velocidade menor", afirmou Ana Jorge, em Fátima, explicando que "há um abrandamento do número de novos casos a aparecer". A governante declarou, contudo, que "é cedo ainda para dizer se isto corresponde à descida de pico ou não, mas haverá uma diminuição da actividade gripal global, embora apareçam muitos casos novos".

"Aquilo que acontece é que, muitas vezes, as pessoas estão convocadas e não aparecem. E não aparecem muitas vezes, como sabem, pelos receios e por aquilo que se tem falado contra a vacina", disse Ana Jorge, reiterando que os receios "são infundados".

Em Fátima, onde participou no encerramento do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, a governante explicou que cada ampola da vacina "dá para dez pessoas". Ou seja, "quando se abre uma ampola, [deve] ser gasta no tempo útil", que tem uma duração de 24 a 48 horas, de forma a "poder ser usada no seu total, para não haver o mínimo de desperdício", adiantou a responsável, assegurando que tem "havido um esforço muito grande para que não haja desperdícios".

No caso dos centros de saúde, os profissionais, "quando faltam algumas pessoas, vão à lista que têm de inscritos e telefonam para casa para tentar que as pessoas apareçam para suprir ou para gastar o resto das vacinas". Ana Jorge acrescentou que "também alguns dos profissionais dos centros de saúde têm sido vacinados nessas condições, mesmo que não sejam os chamados casos prioritários".

Campanha para visitas hospitalares

Também hoje a Administração Regional de Saúde do Centro lançou uma campanha destinada às visitas hospitalares para que adoptem comportamentos "apropriados" no sentido de reduzirem o risco de infectarem com o vírus H1N1 os doentes internados.

A ARS do Centro recomenda a quem estiver com febre ou outros sintomas de gripe que adie a visita, para proteger "quem está internado". "Permaneça apenas o tempo autorizado junto do doente", "Evite contactos próximos como beijos, abraços e apertos de mão" e "Se espirrar ou tossir não use as mãos: utilize um lenço de papel ou cubra o espirro ou a tosse com o antebraço" - são outros conselhos da ARS.

O Ministério da Saúde informou ontem que, na última semana, foram observados nos serviços de saúde 27 169 doentes com sintomas de gripe, independentemente da confirmação laboratorial dos vírus em causa, havendo a registar seis óbitos.

Fazendo o ponto de situação da evolução da gripe A (H1N1) em Portugal, na 48.ª semana, entre 23 e 29 de Novembro, o Portal da Saúde adianta que naquele período estiveram internados 149 doentes, dos quais 22 em Unidades de Cuidados Intensivos. No mesmo período - acrescenta - registaram-se seis óbitos, sendo o total acumulado até domingo de 23 óbitos (este total contabiliza um óbito ocorrido na semana 47.ª mas reportado na 48.ª).

A ministra adiantou não ter conhecimento do resultado da autópsia ao jovem de 14 anos que morreu em casa segunda-feira, depois de ter sido assistido no dia anterior no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, com queixas compatíveis com quadro gripal. "Este processo (...) tem um procedimento legal para haver uma verificação de quais foram as causas e as circunstâncias em que se deveram a morte", afirmou Ana Jorge, referindo que "o processo está a decorrer naquilo que são as instâncias legais deste país".

Notícia actualizada às 14h52