ISCTE e Universidade do Algarve lançam pós-graduação em inovação turística

As aulas decorrem no ano lectivo 2009/2010, aos fins-de-semana, e os candidatos são seleccionados pelas habilitações literárias e currículo profissional. O curso está limitado a um máximo de 25 vagas e as aulas decorrem na sede da Fundação Manuel Viegas Guerrreiro, em Querença – um lugar do barrocal, porta de entrada na serra do Caldeirão.

O reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, justificou a iniciativa com a necessidade de “qualificar os activos” para dar resposta ao interesse que se está a verificar, por parte dos turistas, na descoberta das zonas do barrocal e da serra.

“Precisamos de uma nova classe empresarial ou da renovação da existente, sem isso não há desenvolvimento sustentável a prazo”, disse Luís Reto, presidente do ISCTE . No entender do professor catedrático, “o nível de formação é mais importante ainda ao nível dos empresários do que ao nível dos quadros - os patrões são menos qualificados do que os empregados”. Não está em causa o mérito que alcançaram, sublinhou, “mas não tiveram formação, porque não havia formação quando eles criaram as empresas”.

No caso do Algarve, começam a surgir empresas de jovens quadros que pretendem criar o seu próprio negócio, em domínios relacionados com o turismo ambiental. Um dos exemplos é o projecto da Via Algarviana. Ao longo deste itinerário que atravessa a região de uma ponta a outra, pelo interior, a “procura já ultrapassa a oferta”, adiantou João Guerreiro.

Uma das coordenadoras da pós-graduação, Virgínia Trigo, do ISCTE, lembrou que a “geografia do turismo está a mudar”. Daí a importância desta acção descentralizada, no interior, funcionando como “inspiradora” para o país. “Todos nós sabemos que sol e praia existe em muitos outros sítios do mundo, e em muitos outros sítios há coisas mais bonitas que em Portugal”.

“O que nós temos de único são as pessoas em conjunto com o que temos para oferecer – são sobretudo as pessoas, se não apostarmos nelas não podemos oferecer coisas diferentes”, acrescentou.

Da Universidade do Algarve, Adão Flores salientou ainda que se está a dar uma alteração no perfil de quem procura o Algarve para férias. Do lado da oferta as coisas também estão a mudar. “Pela primeira vez nos últimos dois anos, as instituições públicas, mostram interesse em dinamizar o turismo ambiental”. Além da Via Algarviana, há o turismo náutico e, recentemente, o “Birdwatching" (obervação de aves).

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