O Benfica ficou com a goleada e o Monsanto levou uma recordação para o resto da vida

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Fábio Coentrão frente ao guarda-redes Rene Enric Vives-Rubio

O Benfica apurou-se para a quarta eliminatória da Taça de Portugal, depois de derrotar o Monsanto, da II Divisão, por 6-0. Felipe Menezes, César Peixoto e Fábio Coentrão marcaram pela primeira vez com a camisola do Benfica, Mantorras estreou-se esta época em jogos oficiais e Carlos Martins bisou.

A goleada (6-0) que o Benfica impôs ontem ao Monsanto, da II Divisão, deixa algumas marcas da equipa de Jorge Jesus, mas quem vai ficar com uma recordação para o resto da vida é o clube ribatejano. Não tanto pelo resultado, mas pela oportunidade de defrontar um dos “grandes” do futebol português. Aqueles 90 minutos foram mais um jogo na vida dos benfiquistas, mas ficarão como uma história para os rapazes de Monsanto contarem aos netos.

A Taça de Portugal é uma prova especial, por aquilo que se viu ontem em Monsanto do Ribatejo (onde a população festejou durante todo o dia) e em Torres Novas, onde uma equipa do terceiro escalão (II Divisão) pôde partilhar o relvado com um dos “grandes”.

E, na verdade, são poucas as vezes em que se assiste a um duelo tão desigual, mesmo tendo em conta que o Benfica deixou de fora vários titulares. Até quem estivesse alheado do futebol (e não soubesse que o orçamento dos ribatejanos é de 150 mil euros anuais, menos do que o ordenado mensal de alguns jogadores “encarnados”) perceberia facilmente as diferenças. A equipa do Monsanto chegou ao Estádio de Torres Novas (sua casa emprestada) num modesto autocarro da Câmara Municipal de Alcanena. E quando os jogadores foram ao relvado, ainda antes do aquecimento, apareceram de calções e t-shirt. O contraste não podia ser maior com os fatos e gravatas envergados pelos futebolistas do Benfica quando saíram do autocarro “encarnado”.

Num confronto entre dois mundos tão diferentes, a pergunta não era tanto quem vai vencer, mas sim quanto tempo aguentará o Monsanto? E a equipa ribatejana até aguentou mais tempo do que algumas das formações que esta época defrontaram o Benfica. A equipa de Luz demorou 29 minutos a descobrir o caminho das redes. Foi Felipe Menezes que o encontrou: o médio contratado ao Goiás partiu da direita, passou vários adversários e, à entrada da área, rematou de pé esquerdo, estreando-se a marcar pela equipa da Luz.

A demora no esperado golo esteve, em grande medida, relacionada com a baixa velocidade que o Benfica colocou no jogo. O ritmo parecia mais de um treino e o Monsanto ia fazendo o que podia, perante um adversário que tinha em Felipe Menezes e Carlos Martins os mais interessados em resolver o jogo o mais depressa possível.

Para azar da equipa da casa, o Benfica voltou do intervalo disposto a jogar com mais rapidez. E os golos foram surgindo naturalmente. Carlos Martins marcou por duas vezes (47’ e 59’) e bateu o canto que deu origem ao 4-0, finalizado de cabeça por Saviola. As bolas paradas, uma das especialidades do Benfica de Jesus, ainda renderam os dois golos que fecharam o resultado: César Peixoto estreou-se a marcar pelo Benfica, com um livre directo (88’), e Coentrão fez o mesmo, com um cabeceamento na sequência de um canto (89’).

O Benfica ficou aquém da maior goleada fora na Taça de Portugal (0-9 ao Nacional, em 1938/39), mas iniciou bem uma caminhada em que Jesus quer vencer a sua primeira Taça de Portugal e acabar com o jejum benfiquista, que dura desde 2004.

Ficha de jogo

Monsanto, 0


Benfica, 6


Estádio Dr. António Alves Vieira, em Torres Novas. 
Assistência
Cerca de 10.000 espectadores.

Monsanto

Rene 4, Ruas 5, Filipe 4, Bá 4, Ito 4, Bruno Matos 6, Guti 5 (Bruno 4, 63’), Dani 5, João Martins 4, Jamerson 4 (Júlio -, 82’) e Carlitos 4 (Alex I 5, 62’). 


Treinador

Vítor Alves.

Benfica

Moreira 6, Rúben Amorim 6, David Luiz 6, Sidnei 6, César Peixoto 6, Javi Garcia 6, Felipe Menezes 7 (Saviola 6, 63’), Carlos Martins 7, Fábio Coentrão 6, Weldon 6 (Miguel Vítor -, 76’) e Nuno Gomes 5 (Mantorras 5, 69’). 


Treinador

Jorge Jesus.

Árbitro

Paulo Costa 4, do Porto. 


Amarelos

Bá (9’), Rene (25’), Felipe Menezes (48’), Javi Garcia (88’) e Júlio (90+3’).

Golos

0-1, por Felipe Menezes, aos 29’; 0-2, por Carlos Martins, aos 47’; 0-3, por Carlos Martins, aos 59’; 0-4, por Saviola, aos 84’; 0-5, por César Peixoto, aos 89’; 0-6, por Fábio Coentrão, aos 90+1’.

Notícia actualizada às 21h51
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