Neues Museum de Berlim reabre após 70 anos

O busto da raínha egípcia Nefretiti, uma das obras de arte mais famosas da Antiguidade, estará de novo, a partir de hoje, no Neues Museum de Berlim, museu que foi destruído pela guerra e que reabre após 70 anos.

A restauração do museu, que albergará a colecção da Pré-História, a colecção de História Primitiva e a colecção da Antiguidade, esteve a cargo do arquitecto britânico David Chipperfield, durou seis anos e custou 200 milhões de euros.

O Neues Museum será inaugurado hoje pela chanceler alemã, Angela Merkel, mas o público, que deverá afluir em grande número, só poderá ver o busto de Nefretiti e as outras obras de arte a partir de sábado. Em compensação, neste dia as entradas serão gratuitas.

Pela primeira vez desde o início da II Guerra Mundial, em 1939, reconstitui-se, assim, na sua plenitude o conjunto dos cinco edifícios que albergam valiosas exposições históricas e compõem a Ilha dos Museus de Berlim, declarada pela UNESCO como Património Mundial.

A abertura do Neues Museum é também uma etapa importante no plano de modernização de todo o complexo, que deverá estar concluído em 2028.

O Neues Museum, projectado por Friedrich August Stueler, foi construído entre 1843 e 1855. A obra de arte mais famosa do seu acervo é o busto de Nefretiti, mulher principal do faraó Akhenaton.

Outras peças importantes são a chamada Colecção de Tróia, ou Tesouro de Priamos, descoberto na antiga Tróia, na costa ocidental da Turquia, em 1873, pelo arqueólogo alemão Heinrich Schliemann (1822-1890), e oferecido a Berlim, o Chapéu de Ouro, da Idade do Bronze, e o crânio do Homem de Neanderthal, encontrado em Le Moustier.

Ao todo, serão expostas quase nove mil peças de arte em cerca de oito mil metros quadrados de área, espaço quase três vezes maior do que dispunham as mesmas colecções noutros museus de Berlim, onde foram colocadas provisoriamente.

A restauração do Neues Museum foi confiada a Chipperfield em 1997, e o reputado arquitecto tentou manter a estrutura e os materiais originais, optando também por deixar os buracos de balas do tempo da guerra na fachada do prédio e em manter os estragos causados pela passar do tempo. Só as partes do Museu totalmente irreparáveis foram substituídas.

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