O avançado Dwight Yorke retirou-se do futebol aos 37 anos. O jogador de Trindade e Tobago que defendeu o Manchester United por quatro temporadas estava sem clube desde que foi dispensado pelo Sunderland, em Junho passado, e decidiu anunciar o fim de sua carreira de futebolista.

O atleta disse também que sofreu os seus piores dias da carreira depois da saída do United. Apesar de ter conquistado o “treble” (palavra que os ingleses usam para definir a conquista da Liga dos Campeões, Campeonato e Taça) e três títulos da Premier League, o tobaguenho admite, na sua autobiografia, que passou os últimos três meses no clube de Old Trafford a embebedar-se todos os domingos com os amigos enquanto assistia aos jogos dos “red devils” pela televisão nos bares.

“A última temporada no Manchester United foi muito má. Ferguson disse-me que iria embora no final da época, apesar de não ser essa a minha intenção. Fiz grandes temporadas com o United e fui um dos melhores marcadores, mas na última época deixou de contar comigo”, conta Yorke, que adiantou ter, depois, entrado no desespero.

“Nesses momentos não tinha ninguém, só bens materiais. E foi a decisão de Ferguson que fez com que começasse a beber e isso contribuía, ao mesmo tempo, para aliviar a minha solidão. Era como um zombie”, conta ainda o avançado, que lembra que o treinador lhe disse várias vezes estar na sua lista negra. E lembra o dia em que tudo virou na sua vida. “Quando cheguei ao treino, Roy Keane veio ter comigo e disse-me: ‘Yorkie – you’re f***ed mate’ [estás tramado pá]”.

Isto tudo terá começado quando Ferguson tentou levar York para o Middlesbrough depois de o ter apanhado várias vezes na noite, com estilo de vida de “playboy”, conta o “News of the World”.

“Tentei falar com os meus amigos para ver se conseguia esquecer o que tinha acontecido. Mas, tentasse o que tentasse, não conseguia que Fergie [Ferguson] mudasse de ideias acerca de mim e isso só levou ainda a maior frustração”, lembra o antigo jogador.