Bloco de Esquerda quer ganhar no terreno socialista

Foto
O partido quer centrar os debates na "vida económica" Fernando Veludo/NFACTOS (arquivo)

Economia, economia e economia. O Bloco de Esquerda (BE) quer centrar os debates da campanha para as legislativas na “vida económica”. Porque “é aí que vão ser tomadas todas as decisões fundamentais para os próximos anos”, notou o líder bloquista Francisco Louçã.

Numa conferência de imprensa, realizada esta tarde, para apresentar o calendário das próximas “seis semanas” de campanha (legislativas e autárquicas, com um orçamento de três milhões de euros), Louçã distinguiu o conteúdo principal da agenda eleitoral e salientou as inúmeras acções de rua programadas até ao dia 25 – as primeiras acontecem já amanhã em Castelo Branco e em Elvas. “A política de reuniões em salas de hotel serve para transmitir mensagens, mas a política que ganha é aquela que vai à raiz dos problemas, que tem o contacto com as pessoas. É preciso ouvir muito”, disse, numa crítica ao programa de campanha do PSD, também apresentado ontem, que exclui comícios e dará primazia a “sessões públicas”.

A campanha bloquista vai correr o país de lés a lés, inclui paragens nos Açores e na Madeira, e estão previstos comícios diários. Para além dos distritos em que o BE tem vindo a ganhar terreno (Lisboa, Porto, Braga, Faro, Setúbal, Coimbra e Aveiro), a campanha vai intensificar-se no interior do país e nas regiões que votam PS.

Louçã afirma que o BE quer “ganhar em todos os terrenos”. Mas o terreno socialista afigura-se como o mais apetecível para os bloquistas. Mesmo que tenham de recorrer ao voto de protesto. “Queremos ganhar em todas as cidades, sobretudo nos locais onde ganhou o PS, onde há mais pessoas descontentes com o PS.”

Depois de uma maratona de comícios, realizada em Agosto, e de duas semanas intensas de pré-campanha, o arranque do período oficial da campanha bloquista acontece com uma estreia, no dia 13: um almoço-comício no Pavilhão Atlântico, com direito a autocarros com simpatizantes oriundos de todos os distritos. Seguem-se duas semanas de acções de “contacto com a população”, comícios e sessões públicas. O encerramento terá, tal como a abertura, uma dimensão inédita para o BE: pela primeira vez o Bloco sobre ao palco do Coliseu do Porto.

Sugerir correcção
Comentar