La Roux

Um disco com meia dúzia de canções perfeitas retronovas para animar o Verão e descartar logo desde disso

É a última sensação retrofuturista inglesa. A cantora chama-se Elly Jackson, tem 21 anos, vem do sul do Londres e é a coqueluchue de um novo surto revivalista, centrado nas memórias queridas da pop sintética dos anos 80. Como era costume na altura, vem acompanhada por um tipo (Ben Langmaid) que trata das máquinas e é coautor das músicas, mas que não consta das fotografias.

A imagem é, portanto, toda dela e assenta no culto de uma provocante silhueta de maria-rapaz, coroada por uma majestosa popa vermelha, a lembrar as folias dos cabeleireiros de Limalh ou dos Flock of Seagulls.

Já as músicas deste álbum de estreia reconduzem a um estilo de pop electrónica, maquinal e frenética, que produziu uma pilha de êxitos com bandas como os Yazoo e os Dead Or Alive. Pelo meio há também um par de baladas mais femininas, que não andam muito longe de Kim Wilde. O elemento mais distintivo é a voz afectada e andrógina de Elly, empenhada em reciclar os eternos melodramas da entrada na idade adulta em cenários sintéticos.

Não é nada de novo, mas também não soa a requentado - é simplemente electropop feito com a mesma genica e aparato de um brinquedo a estrear. Destacam-se hinos de discotecas incendiários, com destaque para o delirante "Tigerlily", alternando com baladas quase perfeitas como "Cover my eyes", inteligente na compensação das fraquezas vocais de Elly com a presença do London Community Gospel Choir.

Em resumo, um disco com meia dúzia de canções perfeitas retronovas para animar o Verão e descartar logo desde disso.

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