Deixa-me Entrar

"Esqueça ''Crepúsculo''", dizuma frase usadapela publicidadeao filme, e averdade é quehá algo deligeiramenteirritante nestamoda contemporânea de neutralizar, senão mesmo infantilizar, a cargasimbólica tradicional dos mitos dovampirismo.

"Deixa-me Entrar" nãoescapa completamente a isso, com oseu maniqueísmo corriqueiro e"sublimado", entre um mundo"feio" (o dos adultos na Suécia definais dos anos 70) e um mundo,digamos, "cândido" (o do miúdoprotagonista). Por outro lado,tratando-se de uma história deinfância desamparada, a condiçãoda "vampira" assemelha-se à de um"amigo imaginário" e ganharia a serexplorada enquanto tal, deixando-ana sombra - o que o filme não faz,preferindo a enésima injecção sobrea dificuldade existencial dosvampiros. Ainda assim, se se deixaver sem extraordinária maçada, evisto que Alfredson filma comcuidado mas sem muita imaginação(toda guardada para o "clou" napiscina), é por causa da sobriedade(e, no caso dela, mesmo algumarudeza) do par protagonista.

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