Responsável pela cartografia da Google diz que os “mapas em papel nunca mais vão ser necessários”

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Os mapas digitais podem fazer desparecer os mapas em papel DR

A difícil tarefa de desdobrar e dobrar um mapa pode estar prestes a desaparecer. Quem o diz é o principal responsável pela cartografia da Google, Ed Parsons, que, em entrevista ao diário espanhol “El Mundo”, fala das vantagens, mas também dos problemas, da cartografia digital.

O Google Earth e o Google Maps desempenharam um papel revolucionário na cartografia digital, tornando acessível mapas e imagens satélite de todo o globo a qualquer pessoa com um computador e acesso à internet. No entanto, Ed Parsons, o responsável máximo pela cartografia da empresa norte-americana, refere que “o passo seguinte é chegar aos outros dispositivos [móveis]”.

“É preciso um mapa quando se está fora de casa, de viagem e, sobretudo, quando se está perdido”, afirma Parsons, sublinhando que a utilidade dos mapas é maior quando se está fora de casa e não quando temos o computador à frente.

Daí que a nova realidade dos mapas nos telemóveis e afins esteja para substituir os mapas tal como os conhecemos. “Um sistema que se possa levar no bolso fará com que os mapas em papel não sejam necessários nunca mais”, prevê o especialista em tecnologia geoespacial.

Apesar de populares, o Google Earth e o Maps parecem enfrentar fortes concorrentes, não só entre congéneres da Google, como a Yahoo!, mas também por países e cidades que desenvolvem sistemas semelhantes, como refere Parsons. A este respeito o especialista da Google não mostra dúvidas em afirmar que a sua empresa oferece um sistema “muito mais inovador, bonito de se ver e com um sistema de informação profissional”.

Privacidade em causa

Mas todo este universo que a Google explora e dá a explorar levanta questões relativamente à privacidade. “A privacidade não será um problema, porém é algo a que temos de estar muito atentos. Somos muito cuidadosos, e inclusivamente temos em conta que as regras não são as mesmas nos Estados Unidos e na Europa, onde o problema da privacidade é mais sensível”, sublinha o especialista.


Recorde-se que recentemente a Google ganhou um caso em que foi processada por uma família norte- americana que sentia que a sua privacidade tinha sido violada através do Google Street View (site que permite ver as ruas em 360 graus).

Tal como o Street View, o Maps e o Earth são apenas uma parte do enorme bolo gratuito de aplicações e serviços que a Google disponiliza, como, por exemplo, o Gmail ou o YouTube.

Com tudo isto, estará a Google a tentar dominar o planeta?, pergunta o "El Mundo". A resposta de Parsons: “Só queremos fazer o melhor trabalho possível para que qualquer informação esteja ao alcance de todo o mundo, é como um círculo: alguém partilha informação, nós disponibilizamos, e essa informação acaba por transformar-se em mais informação”.

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