Maradona

Emir Kusturica tem uma obra respeitável, à qual este "biopic" supostamente original nada vem acrescentar. Trata-se do encontro desinteressante entre dois egos imensos, com algum respeito pelo biografado, mas com uma hagiografia que não faz grande sentido, na medida em que se perde em escusadas laudes e em pormenores. Nem a tentativa de aproveitar a Guerra das Malvinas, para condenar o regime "fascista" de Mrs. Thatcher, funciona: politizar, à boa maneira dos seus filmes "jugoslavos", deixa Kusturica num impasse, uma vez que tudo esbarra numa confrangedora facilidade representativa. E, depois, Maradona, figura tragicómica, sossobra no processo: patético e perdido num filme demagógico.

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